Jornal Estado de Minas

Mineiros acima de 55 anos estão cada dia mais ativos, mas ainda sofrem preconceito, diz pesquisa

O Brasil é um dos países com o envelhecimento populacional mais acelerado do mundo. Uma pesquisa divulgada pelo IBGE mostrou que em 2031 o número de idosos no Brasil vai superar o de crianças e jovens até 14 anos. Nos dias de hoje, os idosos têm estilo de vida e hábitos de consumo que eram associados aos jovens. Portanto, a definição de idoso está ultrapassada. Pensando em traçar este novo perfil, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) encomendou o estudo “Tendências do Mercado Prateado de Minas Gerais”, que foi divulgado na tarde desta terça-feira.

Só para começar: a pesquisa mostra que somente 10% dos mineiros, com mais de 55 anos, acreditam que a palavra “idoso” seja a mais adequada para definir uma pessoa com mais de 60 anos. A cada três mineiros, um – com mais de 55 anos – acredita que "maduro" seja uma melhor nomenclatura para classifica-los.

Conduzida pelas empresas Pipe.Social e Hype60%2b, a pesquisa mostra que ao contrário do estereótipo, tecnologia e envelhecimento caminham juntas: para os maduros, as novas tecnologias são janelas para o mundo – 80% têm computador/notebook; 59% têm smart-tv; 90% dos mineiros com mais de 55 anos têm smartphone. O Facebook é o preferido de 88% dos entrevistados mineiros entre 55 anos e 64 anos e 55% entre os com mais de 65 anos.
As mídias tradicionais conservam um lugar importante na preferência dos idosos com 65 anos.

Quando perguntados sobre a principal fonte de informação, 47% dos entrevistados com idade entre 55 anos e 64 anos apontam TV aberta e fechada; entre aqueles com mais de 65 anos, o índice é de 34%. Blogs, portais e sites na internet foram apontados por 30% dos pesquisados com iidade entre 55 anos e 64 anos; entre aqueles com mais de 65 anos, o índice é de 10%. O jornal está na preferência de 6% dos entrevistados com idade entre 55 anos e 64 anos; entre aqueles com mais de 65 anos, o índice é de 24%.

Esses dados demonstram como os mineiros com mais de 60 anos estão ativos. Mas os mesmos relatam preconceito em setores da economia que, historicamente, não incluem os maduros nos planos de carreira. Entre os entrevistados com mais de 55 anos, 22% afirmaram que não existem vagas no mercado de trabalho para pessoas dessa idade.


NOVAS OPORTUNIDADES Por isso, a CDL/BH pretende acionar o governo do Estado, a prefeitura da capital, outras entidades de classe, representantes da sociedade civil para, em conjunto, para planejar ações voltadas especificamente para essa parcela da população – o que inclui planos de mobilidade urbana, acessibilidade, programas de saúde e prevenção de doenças, de cultura e lazer, atendimento qualificado, além de outras iniciativas.

 A CDL/BH também vai iniciar um trabalho para qualificar os seus associados, comerciantes e prestadores de serviços, para entender e atender melhor esses consumidores, que crescem a cada ano. .