O avanço de mais uma doença pela Região Sudeste do país liga o alerta das autoridades de saúde de Minas Gerais. Municípios do Espírito Santo vivem um surto de malária – doença causada por parasitas e que pode levar a morte se o tratamento não for iniciado em 48 horas após o início dos sintomas. No território mineiro, 20 casos foram confirmados neste ano, mas todos importados. Porém, outras cinco notificações suspeitas estão em investigação.
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Exames confirmam malária em paciente internado em hospital de BHDepois de surto em Diamantina, suspeita de malária em BH assusta autoridades sanitáriasPaciente de UPA em BH com suspeita de malária é transferidoSaiba como se proteger da malária, que tem 14 casos suspeitos em Minas GeraisSegundo a SES, as notificações foram registradas a partir de 17 de agosto.
Nesta época do ano, há um grande fluxo de pessoas de Minas Gerais que trabalham no Espírito Santo na colheita de café. Os casos suspeitos são de moradores que fazem essa migração. O estado capixaba tem 137 casos confirmados da doença.
Assim que houve a comunicação dos casos suspeitos no Espírito Santo, a SES/MG informou que enviou um alerta para todas as unidades regionais.
A doença
A malária é mais uma doença transmitida por insetos. A transmissão é por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. “Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade. A malária não é uma doença contagiosa. Ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa.
Os sintomas da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica. Alguns pacientes podem ter, ainda, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. Em seu estágio mais grave, a doença provoca aparecimento de um ou mais destes sintomas: prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque, hemorragias, entre outros sinais. “O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o início dos sintomas, uma vez que o atraso está associado a um maior risco de gravidade e óbito. O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença”, alertou a Secretaria. O tratamento é oferecido em todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Surto recente
Minas Gerais passou por um surto recente da doença. Em dezembro de 2016, seis pessoas contraíram malária no garimpo de Areinha, no município de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. O surto levou a Secretaria de Estado de Saúde (SES) a tomar medidas preventivas e a emitir alerta para outras cidades.