Jornal Estado de Minas

Ônibus do acidente na BR-146 não tinha autorização para viagens interestaduais


A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus que se envolveu em um acidente que deixou quatro mortos na BR-146, no Alto Paranaíba, na segunda-feira, não tinha autorização para fazer viagens interestaduais. O caso está a cargo da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), responsável pelo trecho onde o acidente ocorreu, perto de Cruzeiro da Fortaleza. 

“Nossa equipe de fiscalização foi informada pela Polícia Militar que o CRLV do veículo (cuja placa não está cadastrada na ANTT) está em nome de pessoa física, o que é mais um indício de se tratar de transporte clandestino, uma vez que o cadastro na ANTT só pode ser feito por veículo em nome de uma empresa”, explicou a Agência em nota enviada ao em.com.br nesta terça-feira. 

O ônibus tem placas do Ceará e havia saído de São Paulo com destino ao estado do Nordeste. Por volta das 3h30, o veículo passava por trecho de subida que termina em uma curva, no sentido Araxá/Patos de Minas. Uma das vítimas contou aos militares do Corpo de Bombeiros que o motorista não conseguiu virar e o ônibus voltou, caindo em uma ribanceira de 20 metros que termina em um córrego. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), estão sendo apuradas duas causas: problemas mecânicos ou falha do motorista.

Além dos bombeiros de Patos de Minas e Patrocínio, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Serra do Salitre e Guimarânia ajudaram no socorro às vítimas. O veículo, a princípio, transportava 44 pessoas, sendo 35 adultos e nove crianças. Vinte e cinco feridos foram levados para o Hospital Regional Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas. 

“É importante ressaltar que o passageiro que se sujeita a ser transportado por operadores clandestinos coloca sua integridade em risco, visto que considerável parcela desses operadores possui restrições perante a Justiça, além de não possuir capacitação e treinamento para tanto e não oferecer cobertura de seguro de danos civis aos passageiros”, ressaltou a ANTT. “Em regra, são utilizados veículos de péssima qualidade, sem condições mínimas de segurança, além de, quase sempre, os ônibus estarem com excesso de lotação.
A atividade de transporte remunerado de pessoas requer autorização prévia do Estado, podendo somente ser realizada quem tenha autorização para tanto”, alertou a Agência, que também divulgou canais de denúncia para os passageiros que observarem irregularidades ou tiverem alguma dúvida. Confira: 

•  Telefone 166;
•  E-mail ouvidoria@antt.gov.br; 
•  Site da Agência (www.antt.gov.br) na “aba” Fale Conosco;
•  Pessoalmente, nos pontos de atendimento da ANTT, nas principais rodoviárias do país.
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