Grades instaladas por moradores no Conjunto do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município desde 2007, viraram um embate, que terminou na Justiça. Depois de sete anos de discussões e imbróglio, uma decisão liminar, passível de revisão, determina que moradores dos prédios retirem as ferragens instaladas em uma área pública do condomínio e que vêm servindo de proteção para carros no estacionamento. O embate não deve parar por aí. A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural também questiona a alteração das características das portarias dos blocos. Moradores justificam que a instalação das grades foi feita por medida de segurança, já que o local está próximo de uma das favelas mais perigosas de Belo Horizonte e de uma área amplamente utilizada por usuários de drogas. Eles pretendem recorrer da decisão judicial.
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No processo, os síndicos dos nove blocos do conjunto disseram que a instalação das grades foi feita por questões de segurança e que algumas teriam sido colocadas pelos próprios moradores, sem a anuência deles. Afirmaram, ainda, que um projeto de adequação começou a ser elaborado e aguardava a aprovação da prefeitura e do Patrimônio Cultural.
Em julho, o MP entrou com uma ação solicitando a retirada das grades.
Moradores que instalaram as grades ficaram revoltados com a decisão judicial.
O corretor alega que os responsáveis pela instalação das grades não foram chamados para discutir a situação. “Nunca nos chamaram para conversar. Queremos essa conversa com o promotor.
OUTRAS IRREGULARIDADES Durante as investigações do caso das grades, outras irregularidades foram constatadas no conjunto. “Cada portaria dos blocos tem características diferentes, sem padronização. Os moradores seguiram os interesses deles”, explicou o promotor. Uma solicitação de vistoria nas portarias poderá ser feita à prefeitura para apontar quais modificações foram feitas.
Síndica de um dos blocos do conjunto, Ângela Iracema Silva confirma que mudanças foram feitas nas portarias, mas por necessidade. “Na verdade, estão cobrando uma coisa que já existia antes do tombamento. Acho muito difícil, a essa altura, querer mudar. Foi tombado e nunca deram atenção ao conjunto”, disse. “Fizemos obras não pela beleza, mas porque eram necessárias.