Atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, que em 5 de novembro completa três anos, protestam contra o não reconhecimento de parte dos 900 itens que consideram danos sofridos em função do desastre. Na manhã de hoje, atingidos e representantes da Fundação Renova devem se encontrar numa audiência de conciliação no Fórum de Mariana, momento em que debaterão esse e outros assuntos. Em abril, o Estado de Minas mostrou numa reportagem que a matriz de danos usada pela Renova para as indenizações continha 944 itens, muitos deles com valores abaixo dos praticados em mercado e foi criticada pelo promotor de Justiça da comarca, Guilherme de Sá Meneghin. “É uma matriz falha, que precisa ser corrigida para evitar prejuízo aos atingidos. Não aceitamos (o documento), nada nele será admitido, pois é injusto e não corresponde ao direito das vítimas”, disse. A fundação informou que os preços foram compostos por pesquisas com entidades.
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Há quase três anos se rompeu a Barragem do Fundão, situada no complexo minerário de Germano, entre Mariana e Ouro Preto, despejando 35 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerários e lama na Bacia do Rio Doce, devastando os recursos hídricos e comunidades por mais de 600 quilômetros até atingir a costa brasileira.
OUTRO LADO A Fundação Renova informou, por meio de nota, que os levantamentos de danos foram feitos depois de reuniões que ocorreram desde 2016 entre Barra Longa e a foz do Rio Doce. Em Mariana, a reformulação do modelo foi requisitada. “Ao longo de 2017, foram feitas inúmeras reuniões com representantes dos atingidos, Cáritas e Ministério Público para a definição do modelo de cadastro a ser aplicado para os moradores de Bento Rodrigues e região”. Várias reuniões foram feitas, segundo a fundação, sem chegar a um consenso. “Em agosto, a Fundação Renova recebeu a proposta conceitual da matriz de danos elaborada pelo Ministério Público, ainda sem valores.
A Fundação Renova indicou que bens coletivos, como igrejas, escolas e postos de saúde, serão reconstruídos no reassentamento e entregues aos seus titulares, sejam eles Diocese ou Prefeitura de Mariana, portanto, “não devem ser indenizados novamente”..