Quase três anos depois do desastre de Mariana, os atingidos ainda discutem um acordo indenizatório com a Fundação Renova. Na manhã de ontem, a Promotoria de Direitos Humanos de Mariana apresentou proposta que tenta equacionar o atendimento às revindicações dos afetados ainda não reconhecidas pela entidade responsável por gerenciar a recuperação da área atingida. Pela proposta, todos os danos cadastrados pelos atingidos serão avaliados pela Renova, que deverá definir um valor fechado para a reparação e apresentá-lo aos reclamantes. Caso rejeite a quantia, caberá a cada atingido entrar com uma ação de execução individual, mediada pelo Poder Judiciário. A principal vantagem é garantir que toda a população prejudicada receba alguma indenização e interromper a possibilidade de prescrição.
Segundo o promotor Guilherme Meneghin, a composição está em fase avançada, mas esbarra em questões técnicas e jurídicas. “As empresas se mostraram interessadas em chegar a um acordo”, afirmou. A resposta da Renova deve sair até o dia 23. Se a proposta for recusada, uma nova audiência está marcada para 2 de outubro, mediada pela juíza Marcela Decat, a mesma que conduziu a reunião de ontem. Em caso de aceitação das condições, a mesma data será usada para homologar a conciliação.
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Ainda segundo o atingido, a entidade Cáritas – que tem assessorado a população nas negociações e é ligada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – já elabora um catálogo com o valor de mercado dos itens perdidos no desastre, para dar uma base de quanto cada morador deve receber. “Essa matriz será usada para avaliar se será necessária ou não a negociação individual”, destacou Mauro da Silva.
Procurada, a Fundação Renova confirmou o recebimento da proposta e ressaltou que “acredita que esse encaminhamento poderá finalmente viabilizar a indenização dos atingidos de Mariana”..