Jornal Estado de Minas

Previsão é de primavera quente e com chuva abaixo da média em Minas Gerais

 

Quando o relógio marcar 22h54 na próximo sábado será dado início a primavera. Neste ano, a estação das flores deve ser com pouca chuva e calor acima da média histórica em Minas Gerais, de acordo com as previsões dos meteorologistas. Os dados acendem um alerta quanto aos níveis dos reservatórios e o abastecimento de água. Ao menos oito cidades mineiras já estão em racionamento de água. Além disso, 103 municípios já decretaram situação de emergência por causa da estiagem ou seca na temporada 2017/2018. O Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltou a ter queda em seu nível, depois de atingir o maior volume dos últimos quatro anos. Mesmo assim, a Copasa garante que o nível é suficiente para atender a população nos próximos meses.

A primavera vai ter fim somente em 21 de dezembro, exatamente às 19h23 daquele dia. A estação é caracterizada pela transição do período seco, mais caracterizado no inverno, para o tempo úmido e quente, que equivale ao verão.
Neste ano, a atuação, mesmo que fraca, do El Niño, pode intensificar o calor e provocar chuvas abaixo da média histórica. “A característica do el nino é principalmente esses desvios das instabilidades. Há riscos das chuvas ficarem mal distribuídas e um pouco mais irregulares na maior parte das áreas do país, principalmente entre novembro e dezembro. Teremos chuva mais mal distribuídas, principalmente no início, no finalzinho de setembro e ao longo de outubro”, explicou Graziela Gonçalves, meteorologista do Instituto Climatempo.

Em Minas Gerais, a previsão é de muito calor, mas com menos chuva do que a média histórica. “Em outubro, novembro e dezembro, devemos ter chuva em formas de temporais. Mas, este ano teremos pouca chuva neste trimestre historicamente chuvoso. As temperaturas também serão altas, ao menos dois graus acima da média”, explica o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto Climatempo.
“Essa situação requer uma atenção com os reservatórios e com os incêndios. Em outubro, principalmente, que é historicamente um mês com altos índices de focos de queimadas”, disse.

As temperaturas altas, aliadas com a chuva abaixo da média, também servem de alerta para o abastecimento de água em cidades mineiras. Atualmente, oito municípios atendidos pela Copasa estão em racionamento. São eles: Águas Vermelhas, Arcos, Capitão Enéas, Campos Gerais, Divisa Alegre, Pedra Azul, Sardoá e Taiobeiras. A Companhia ressalta que algumas medidas são tomadas nesta época de tempo seco para amenizar a situação.

“Nos períodos de estiagem, com a redução do nível dos mananciais, são afetadas as unidades de produção e distribuição de água, localizadas em áreas mais críticas. Assim, ações como operação de poços profundos e o apoio de caminhões-pipa são utilizados para reforço no atendimento às demandas”, explicou a Copasa por meio de nota. Dados da Defesa Civil de Minas Gerais indicam que 103 cidades mineiras já decretaram situação de emergência por causa da estiagem e a seca.

GRANDE BH  
O Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresenta queda em seu nível nos últimos 30 dias. Em 20 de agosto, estava com 69,6% de seu volume.
Ontem, estava com 66,8%. A situação mais crítica é do reservatório Rio Manso. Atualmente, está com apenas 44,1% de seu volume total. No fim de agosto, o valor estava em 45,8%.

Mesmo com a queda nos últimos 30 dias, a Copasa garante que o abastecimento está garantido. “Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) não há risco de desabastecimento pelos próximos meses, apesar do baixo volume de chuva registrado, em função de obras no sistema integrado implantadas em 2015, em especial a do Sistema Paraopeba, em Brumadinho. A RMBH é abastecida pelo sistema integrado, que possui flexibilidade operacional e é interligado, possibilitando a transferência de água tratada entre os sistemas produtores do rio Paraopeba – Rio Manso, Serra Azul, Vargem das Flores e o Rio das Velhas”, disse.

Fim do rodízio


Depois de três anos, moradores de Montes Claros, no Norte de Minas, voltaram a ter água constante em suas casas. O rodízio no fornecimento de água foi iniciado em outubro de 2015, devido à redução do volume da Barragem do Rio Juramento/Sistema Rio Verde Grande, responsável por 65% do abastecimento da população do município. Para amenizar o problema, em agosto de 2017, a Copasa iniciou a construção de uma obra emergencial, uma adutora para captação no Rio Pacuí, a 56 quilômetros de Montes Claros, no município de Coração de Jesus. Em 13 de setembro, a companhia anunciou que o fim do racionamento se deve ao início da operação do Sistema Pacuí, cujos investimentos somaram R$ 88 milhões..