O que as cores representam em nossas vidas? Quais lembranças das nossas infâncias elas despertam? Como elas representam nossas manifestações culturais? Esses são alguns dos questionamentos que o espaço Ateliê Científico, localizado no Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau), na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, tenta responder durante a 12ª Primavera dos Museus. A mostra foge do habitual das exposições ao promover dinâmicas com a participação do público visitante, provocado desde a primeira até a última oficina. A primeira delas envolve corantes, enquanto uma segunda prática compreende minerais que, quando iluminados, transmitem tons brilhantes. O último exercício desafia o visitante a desvendar as cores dos objetos sem um sentido fundamental para isso: a visão. O circuito permanece aberto até 28 de setembro – terça, quarta e sexta, das 13h às 17h30, e na quinta, das 16 às 21h.
Leite, detergente e uma dezena de corantes: esses três elementos compõem a dinâmica conduzida pela educadora Bárbara Grillo. Ela derrama o alimento líquido em um prato e pede para que o visitante escolha suas cores preferidas entre as diversas opções, na quantidade que preferir. Após a triagem, o interessado pinga gotas da tintura no leite e, com um palito molhado no detergente, a surpresa acontece. Como o leite é formado por moléculas de gordura, o detergente espalha as tintas pelo prato, formando uma combinação de tons instigante para o visitante.
“Minha mãe veio para uma palestra aqui e eu não tinha o que fazer. Vim pra cá com a intenção de ler um livro, mas vi a oficina e me interessei. Eu gostei demais da sensação de ver as cores reagindo com o detergente. Eu comecei a pensar o porquê de lembrar de algumas coisas ao ver a reação”, contou a jovem Laiara Junqueira de Oliveira, de 16 anos. Ela sonha em ser fotógrafa e encarou a exposição com uma experiência importante para alcançar novos ângulos e personagens.
A segunda dinâmica coloca o cidadão curioso frente a frente com minerais recheados de cores e curiosidades. Entre eles estão o enxofre e o quartzo, dois dos que mais chamam a atenção do público. As pedras apresentam cores chamativas, como o amarelo do enxofre, e podem ser tocadas por quem desejar. Ao ser iluminado com luz negra, os materiais transmitem brilhos intensos. “Nós somos um museu de ciência e tecnologia. Um dos principais objetivos nossos é democratizar este espaço. É perceber como as cores têm referência na formação dos minerais. Perceber qual o elemento que deixa a pedra com essa cor”, conta a coordenadora do educativo do Museu das Minas e do Metal, Suely Monteiro.
DESAFIO
A última dinâmica traz um desafio ao público. Como as cores transmitem os ensinamentos culturais pelos quais passamos durante a infância? Com uma venda nos olhos, o visitante cheira alguns objetos e tenta desvendar qual a cor dele.
Na segunda fase, o tato vira o aliado do interessado. O visitante introduz as mãos em uma caixa, apalpa determinados objetos e tenta definir quais são os tons de cada um deles. “Quando pensamos no amor associamos a uma cor. Quando pensamos em algo gelado, também associamos a uma cor. Tudo isso é cultural. Isso mexe com nossas memórias e emoções”, explica a coordenadora Suely Monteiro. Após a dinâmica, o público tem a opção de escrever um pequeno poema, com o intuito de descrever a experiência pela qual passou.
12ª Primavera de Museus
Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau)
Tema: Experiências com as cores em diferentes contextos: artes, ciências, manifestações culturais, etc. São realizadas três experiências diferentes com os visitantes no espaço.
Data: até 28 de setembro
Endereço: Praça da Liberdade, s/nº, Bairro Funcionários
Horário de funcionamento: terça,
quarta e sexta, das 13h às 17h30; quinta, das 16 às 21h