A violência da batida entre uma carreta e dois carros na última terça-feira na BR-040, em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas, voltou a ligar o alerta para as temidas colisões frontais, tipo de acidente mais letal nas rodovias brasileiras. Primeiro, o veículo pesado atingiu a traseira de um carro de passeio, mas depois invadiu a contramão e acertou em cheio outro carro, matando as cinco pessoas que estavam no veículo menor. Enquanto cada acidente nas rodovias federais que cortam Minas Gerais matam, em média, uma pessoa a cada 15 batidas no geral, no caso das colisões frontais o risco é muito maior. De janeiro a junho deste ano foram 253 acidentes desse tipo, com 105 mortos, o que significa uma morte a cada 2,43 batidas de frente. E apesar de a média mensal de colisões frontais estar menor em 2018 em comparação com o ano passado, este ano as mortes por esse tipo de acidente estão mais representativas no quadro geral das vítimas.
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Carreta tomba e motorista fica ferido na BR-381, em CambuíCarro e caminhão batem de frente e cinco pessoas se ferem na BR-365Batida de frente mata um e provoca fechamento da BR-040, em Nova LimaCarro capota após batida com caminhão na BR-381, em ContagemPolicial militar é assaltado e tem carro roubado na Região Centro-Sul de BHJovens morrem carbonizados em acidente de carro no Vale do Rio DoceSegundo o Corpo de Bombeiros, na terça-feira passada, em Conselheiro Lafaiete, testemunhas contaram que o acidente aconteceu depois de uma batida entre uma carreta e um carro.
EXCESSO DE VELOCIDADE Também é grande o número de flagrantes por excesso de velocidade nas rodovias federais que cortam o estado, com base nos dados de 28 radares móveis da PRF e também de equipamentos fixos em que já existe convênio firmado entre concessionárias de rodovias e a corporação. Em 2017, por exemplo, foram 250.375 multas por esse tipo de infração, levando em consideração todos os tipos de excesso de velocidade estipulados pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Isso significa média de uma multa a cada dois minutos.
“Nas rodovias de pista simples se torna mais comum porque não existe nenhuma barreira impedindo que o veículo passe para a pista contrária e acabe colidindo com o outro no sentido contrário”, afirma o policial. Para diminuir as colisões frontais, o inspetor aponta a necessidade de evitar as ultrapassagens indevidas e respeitar os limites de velocidade.
Para o consultor em transportes e trânsito Silvestre de Andrade, a duplicação é importante essencialmente nas rodovias que já enfrentam problemas de capacidade, caso da BR-040 entre BH e Juiz de Fora, trecho onde ocorreu a batida com cinco mortos na última terça-feira. “Nas rodovias onde há excesso de demanda, e por isso falta capacidade, a duplicação minimiza o problema da ultrapassagem indevida e tira o risco da colisão frontal”, afirma o especialista. Junto a questão do gargalo trazido pela falta de capacidade está a presença massiva de veículos pesados, como caminhões, já que o transporte rodoviário é a principal forma de circulação de cargas no Brasil, e ônibus. Com isso, a chance de batidas frontais mais graves é maior e por isso morrem mais pessoas, conforme o especialista. “No Brasil, temos um tráfego de veículos pesados muito intenso e isso aumenta a severidade dessas batidas de frente”, completa..