A Sala Minas Gerais, casa da Orquestra Filarmônica, tão acostumada à batuta do maestro regendo instrumentos diversos, foi palco ontem de uma outra vertente da música. Nada de violinos, violoncelos, piano, tuba ou trombones. Sob a luz dos holofotes estavam as vozes de 450 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, alunos de 27 escolas da rede municipal de ensino. O edifício imponente do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, recebeu mais uma edição da Cantata da Primavera, evento feito para os estudantes soltarem a voz, revelar seus talentos, se emocionar e emocionar os outros. Apresentada pela manhã e à tarde, por turno, cerca de 1,5 mil pessoas, entre colegas e familiares, aplaudiram de pé da plateia.
O processo de formação culmina com o que ocorreu ontem. “É também um processo de inclusão social e cultural. Alguns estudantes tiveram oportunidade de estar num espaço privilegiado da cultura por meio da cantata. É uma vivência educativa que fala não só da qualidade cognitiva da educação, mas da qualidade social da educação”, ressalta Arminda. Segundo ela, há uma implicação na vida do estudante impossível de ser medida: “Muda a relação dele com o próprio conhecimento. Passa a gostar mais da escola e do que faz nela”.
A primeira edição do evento foi em 2012, quando a secretaria reuniu diversos corais das escolas para uma apresentação coletiva. A primeira exibição ocorreu em dezembro daquele ano e recebeu o nome de “Cantata de Natal”. Em outras oportunidades, a Educação Municipal promoveu as cantatas de inverno, de primavera e de Natal. Assim, elas passaram a compor o calendário de ações permanentes da Secretaria de Educação de BH.