A megoperação para prender autores de crimes de roubo e latrocínio – roubo seguindo de morte – aconteceu em 25 estados, incluindo Minas Gerais, e no Distrito Federal . Na ação, chamada de Midas, e que foi coordenada pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), foram presas 109 criminosos no território mineiro. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Carros irregulares, drogas e armas foram retirados de circulação. Em todo país, foram 333 presos.
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quarta-feira, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, justificou que a ação foi realizada para combater a ação de quadrilhas especializadas em roubos e latrocínios. Segundo ele, o dinheiro roubado, principalmente de carros-fortes e de caixas eletrônicos, acaba sendo usado por facções para a prática de outros crimes, como tráfico de drogas, contrabando e até mesmo financiamento de campanhas políticas.
Uma das preocupações das autoridades de segurança é com os ataques a bancos. “O roubo a caixas eletrônicos têm acontecido em quantidade de milhares ao ano. Nossos setores de Inteligência informam que ele serve de capital de giro para as facções, para o financiamento de outras atividades, como tráfico de drogas, contrabando, descaminho e tantas outras operações que são promovidas pelo crime organizado”, afirmou o ministro.
Jungmann ressaltou que algumas quadrilhas estão financiando campanhas políticas. “Identificamos [participação de facções] não só nessas [eleições], mas nas eleições passadas. O que estamos fazendo é criar um filtro para evitar que esses políticos se elejam e, se eleitos, levamos nossas informações ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], para que tome as providências necessárias, que, esperamos, seja a cassação desses representantes do crime organizados. Não se pode admitir que representantes do crime venham a fazer parte do Parlamento, seja ele municipal, estadual ou federal”, disse.