A Polícia Civil alerta sobre golpistas que estão usando as redes sociais e sites de anúncios, em que selecionam um vendedor de um veículo e depois um possível comprador. O golpista passa, então, a atuar como se fosse um intermediador. O caso desta semana gerou prejuízo superior a R$ 5 mil a partir da negociação de uma motocicleta em Santana do Paraíso, no Vale do Aço.
Para ganhar credibilidade, os estelionatários recorrem a histórias ricas em detalhes. Para o comprador, dizem, por exemplo, que têm um veículo para vender e que o mesmo está com um familiar. O golpista pede ao vendedor que confirme ser seu parente quando falar com o comprador.
“Por trás do golpe está a manipulação psicológica das vítimas. Na verdade, eles usam uma tática de manipulação das pessoas, nem o vendedor nem o comprador podem contar o valor combinado um para o outro”, esclareceu o delegado responsável pelas investigações, Bruno Morato.
Como oferece um preço abaixo do mercado para o comprador e combina um preço de mercado com o vendedor, a todo tempo o golpista pressiona as partes a não revelarem qual o valor da transação para “não atrapalhar o negócio”.
O comprador pode chegar até o anunciante para conferir o veículo e comprova que ele, de fato, existe, então decide fechar o negócio, depositando o valor em uma conta indicada pelo golpista. Neste momento, o estelionatário orienta o proprietário do veículo a preencher o documento e entregar ambos ao comprador, enviando um falso comprovante de depósito via celular.
O comprador leva o veículo e a fraude só é descoberta quando o vendedor percebe que não há dinheiro na sua conta. Nesse momento, o golpista some, não atende ligações nem responde mensagens.
“Parece inusitado. Mas, no final, o estelionatário atua meramente como intermediador do negócio, e acaba convencendo uma das vítimas a entregar o veículo e a outra vítima a depositar o dinheiro na conta de um laranja do golpista, causando prejuízo tanto para quem vende como para quem compra o bem”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, outras pessoas desconfiaram do golpe e não finalizaram a compra. O inquérito está sendo investigado por policiais da Delegacia de Santana do Paraíso. Os suspeitos ainda não foram identificados.
Confira as dicas da antes de fechar um negócio:
- Desconfie se o veículo estiver com preço abaixo de tabela e só negocie com o real proprietário, isto é, aquela pessoa em nome de quem o veículo está registrado;
- Se a negociação for via depósito bancário, só entregue o veículo após a compensação do cheque ou após o efetivo lançamento do crédito. É comum golpistas simularem depósitos com entregas de envelopes vazios nos caixas eletrônicos que só são descobertos no ato da compensação. Não entregue o veículo enquanto o valor constar como bloqueado em sua conta;
- Jamais compre um veículo sem de fato vê-lo. Não acredite em fotos recebidas por redes sociais ou por sites de anúncios;
- Desconfie se o vendedor tiver pressa demais ou se quiser “uma entrada para segurar o negócio”. Em época de crise não se vende nem se compra bens com muita facilidade;
- Se a aquisição for de bens através de sites de negociação que ofereçam o serviço de intermediação para o pagamento e postagem, opte sempre por este modo e não tente “negociar por fora” pois há estelionatários especialistas neste tipo de fraude;
- Se a proposta for boa demais, desconfie sempre. Não existe “negócio da china”. Desconfie quando a oferta destoar do que normalmente é oferecido no mercado.
* Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa