(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Motivo do assassinato de mulher que havia desaparecido na rodoviária ainda é mistério

Homem detido na terça-feira confessou à Polícia Civil que asfixiou a vítima depois de atraí-la com promessa de trabalho, mas não revelou qual era sua intenção e por que a matou. Ele ainda tentou ocultar o corpo ateando-lhe fogo


postado em 12/10/2018 06:00 / atualizado em 12/10/2018 07:42

Delegados Carlos Capistrano e Maria Alice Faria concederam entrevista coletiva nessa quinta-feira (11) e deram detalhes do crime(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Delegados Carlos Capistrano e Maria Alice Faria concederam entrevista coletiva nessa quinta-feira (11) e deram detalhes do crime (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


Desvendado o mistério do sumiço de Marta Soares da Fonseca, de 41 anos, a polícia ainda investiga as motivações de Alexandre da Rocha, de 45, para matá-la. O corpo da mulher – vista pela última vez com vida na rodoviária de Belo Horizonte, na região Central, em 17 de setembro – foi encontrado em um matagal próximo às Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Central), informou a Polícia Civil, em entrevista coletiva concedida ontem na Divisão Especializada de Referência da Pessoa Desaparecida. Segundo a polícia, Alexandre da Rocha, que aparece com a vítima em vídeo gravado na rodoviária, confessou tê-la atraído com proposta de emprego em um sítio e cometido o crime por asfixia. Mas não explicou qual era sua intenção ao levá-la para o local onde a matou nem por que o fez.

A história começa na rodoviária de Belo Horizonte, onde Marta chegava do estado do Espírito Santo, após visitar um namorado. Ela estava desempregada e vivia de pensões de um ex-marido e de auxílios do governo federal. Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil, é possível ver Alexandre com um papel na mão, abordando várias pessoas. De acordo com a delegada Maria Alice Faria, chefe da Divisão Especializada de Referência a Pessoa Desaparecida, tudo indica que ele oferecia um falso emprego a todos. Como Marta estava desocupada, ela aceitou a proposta do suspeito.

Ele a levou de ônibus até um local ermo, uma mata próxima à CeasaMinas, conforme relato do suspeito à corporação. O suspeito teria prometido um emprego em um sítio, que na realidade não existe. “Segundo a fala dele, quando ela percebeu que a situação estava estranha, ela gritou por socorro no meio da mata. Ele disse que desesperou e deu um ‘gogó’ (enforcamento) nela. Nesse momento, ela faleceu por asfixia”, explicou a delegada Maria Alice Faria.

Ainda segundo a Polícia Civil, Alexandre disse que, cerca de três dias depois do crime, retornou à mata fechada. O objetivo era ocultar o cadáver. Para isso, ele afirmou que jogou algumas madeiras por cima do corpo e ateou fogo usando gasolina, ainda conforme a instituição de segurança pública. O detido contou aos investigadores que tinha a intenção de enterrar Marta, mas o mau cheiro do corpo fez com que ele optasse pelo fogo.

Após apagar as chamas, o suspeito colocou os restos mortais em sacolas que, posteriormente, foram armazenadas em uma caixa. Conforme a polícia, ele carregou o material por mais cinco ou seis quilômetros rumo ao interior da mata, onde os restos mortais foram depositados.

“De fato, hoje só temos a fala do indivíduo preso em flagrante. No entanto, a fala dele é desconexa e carece de mais informações pra gente tentar verificar qual foi a motivação do crime”, ressaltou a delegada. De acordo com a delegada, é possível afirmar que Alexandre viu em Marta uma vítima vulnerável, o que teria facilitado a ação. A Polícia Civil confirmou que o suspeito tem passagens pela polícia, mas não explicou quais crimes são esses.

Alexandre foi autuado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A pena pode alcançar mais de 30 anos em regime fechado. Marta deixou três filhos, de 17, 18 e 22 anos. Ela morava em São Joaquim de Bicas, na Região Central do estado, e sua família é natural de Betim, na Grande BH.

IMAGENS E PRISÃO A suspeita sobre Alexandre da Rocha apareceu depois da análise das câmeras de segurança da rodoviária de Belo Horizonte. No vídeo, divulgado na última segunda-feira pela Polícia Civil, Marta desembarca de um ônibus no terminal rodoviário. Assim que desce do veículo, ela é abordada pelo suspeito do crime. Os dois conversam por um tempo, e a mulher se afasta. Em seguida, ele volta a se aproximar dela e os dois saem andando juntos.

Em uma outra imagem, é possível ver Marta e o detido sentados em um banco da rodoviária conversando. Depois, eles aparecem caminhando juntos. Os dois andam de forma apressada e deixam o terminal. A atitude do homem levantou a suspeita da Polícia Civil. Antes de se encontrar com Marta, ele aborda diversas pessoas na rodoviária.

A Polícia Civil confirmou que já recebeu diversas denúncias envolvendo o suspeito. Contudo, ainda não é possível concluir se as delações são ou não verdadeiras. Ele foi preso no Bairro Vila Cristina, em Betim, por policiais militares. Com ele, os agentes encontraram duas mochilas, uma preta e outra cinza, R$ 170 em dinheiro, celular, baterias reservas do aparelho, além de roupas.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)