A obra vai demandar recursos de R$ 1,075 milhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas. Em nota, a Fundação Municipal de Cultura informa que “serão realizados os serviços de recuperação das juntas de dilatação e das pastilhas externas, impermeabilização, substituição dos painéis de madeira, pintura, polimento do piso de mármore e limpeza das fachadas”. Cerca de 20 pessoas trabalham nas obras.
Em nota, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap/PBH) informa que as obras de restauro do templo têm término previsto para julho de 2019. Até o momento, foram executados serviços de instalação dos tapumes e do canteiro de obras, proteção dos pisos e dos bens integrados (afresco, púlpito, batistério, degraus e painéis internos em azulejos), remoção do reboco deteriorado, lixamento da pintura na laje frontal, instalação dos andaimes no interior da nave para remoção do forro, recuperação das juntas de dilatação e reexecução do forro em painéis de madeira.
VISITAS Quem visita a igrejinha e a encontra fechada pelos tapumes, à exceção do painel externo de azulejos contando a vida de São Francisco, de autoria de Cândido Portinari (1903-1962), sente um pouco de frustração. Ter uma boa visão do templo, só de longe, do outro lado da lagoa, de pontos como o Museu de Arte da Pampulha (MAP).
Os arquitetos Thálita Zavaski, de 27 anos, Oliveira Júnior, de 52 e o estudante de jornalismo Vítor Nery, de 23, saíram de João Pessoa (PB) para visitar a capital mineira. “Quando eu penso em Belo Horizonte, a primeira coisa que me vem à cabeça é a igrejinha. Então, é um marco muito importante para a cidade. Nós não sabíamos que estava fechada e nos frustramos”, lamentou Oliveira. Ele, que já esteve na cidade outras vezes, se surpreendeu na primeira oportunidade que entrou na igrejinha, e disse que gostaria muito de compartilhar a experiência com a família: “Eu já estive aqui antes de começar a reforma. A gente fica surpreso, porque temos a impressão de que a igrejinha é muito maior. Mas é uma capela, algo mais singelo, mais delicado, que você não consegue perceber por foto”, pontuou.
A turista Fátima Alnassan, de 40, tentou olhar pelas gretas dos tapumes para apreciar mais detalhes de um dos principais cartões-postais em Belo Horizonte. Mas, não deu: “Vários amigos me recomendaram a visita, mas não foi desta vez. Quem sabe na minha próxima vinda a BH”, lamentou. De acordo com a Fundação Municipal de Cultura, a data de reabertura da igreja à visitação está condicionada ao fim das obras.
Por dentro da obra
Histórico
l Concluída em meados da década de 1940, a Igreja São Francisco de Assis só foi integrada pela Cúria Metropolitana em 1959, quando foi enfim consagrada como templo religioso. A resistência se deveu aos seus traços não convencionais. Projetado por Oscar Niemeyer e considerado a obra-prima do conjunto, o templo tem também obras de Cândido Portinari (1903-1962), Paulo Werneck (1903-1962) e Alfredo Ceschiatti (1918-1989), além de jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994)
Custo da reforma
l R$ 1,075 milhão, verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas
Início
l 30 de julho de 2018 (implantação do canteiro de obras)
Término
Previsto para julho de 2019
Objetivos
l Restauro das juntas de dilatação
l Recuperação das pastilhas externas
l Impermeabilização
l Substituição dos painéis de madeira internos
l Pintura
l Polimento do piso de mármore
l Limpeza de fachada
Serviços já executados
l Instalação de tapumes e implantação do canteiro de obras
l Proteção dos pisos e dos bens integrados (afresco, púlpito, batistério, degraus e painéis internos em azulejos)
l Remoção do reboco deteriorado
l Lixamento da pintura na laje frontal
l Instalação dos andaimes no interior da nave, para remoção do forro
l Recuperação das juntas
de dilatação
l Reinstalação do forro em painéis
de madeira
Fontes: Fundação Municipal de Cultura/Sudecap
Saiba mais - Título da Unesco
O conjunto arquitetônico moderno da Pampulha se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade em 17 de julho de 2016, durante a realização da 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O encontro, com a presença de representantes da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, ocorreu no Centro de Convenções de Istambul, na Turquia. A aprovação dos conselheiros se deu por unanimidade. Além da Igreja São Francisco de Assis, o conjunto interligado pela lagoa inclui o Museu de Arte da Pampulha (MAP), a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube, obras assinadas por Oscar Niemeyer.