Jornal Estado de Minas

Tragédia com 6 mortos na BR-381 liga alerta para os próximos feriados



O feriado de Nossa Senhora Aparecida nas estradas que cortam Minas Gerais foi fechado de forma trágica por um desastre na madrugada de ontem que atingiu em cheio uma família do Vale do Rio Doce. Seis pessoas morreram na batida entre uma van e uma carreta na BR-381, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central do estado, no trecho da rodovia em que as obras de duplicação se arrastam e por isso ainda são comuns as colisões frontais. Essas mortes não entram na conta do balanço divulgado ontem na Operação de Nossa Senhora Aparecida, que começou na quinta-feira e terminou no domingo. Em quatro dias, foram registrados 25 mortes em acidentes, uma média de seis por dia. Desse número, 20 foram nas rodovias estaduais e cinco nas federais.


As vítimas de ontem seriam da mesma família, que voltava de uma festa de aniversário em Brasília para Santa Bárbara do Leste, no Vale do Rio Doce, município às margens da BR-116 entre Caratinga e Manhuaçu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os motoristas devem redobrar o alerta e os cuidados em todos os momentos da viagem, principalmente porque, faltando pouco mais de dois meses para as festas de fim de ano, as rodovias mineiras ainda vão receber um aumento considerável de movimento em outros dois feriados em novembro antes dos recessos de Natal e Ano-Novo, período em que normalmente é comum a ocorrência de chuvas.


“Os motoristas devem planejar bem as ultrapassagens e só realizá-las com segurança em locais permitidos, viajar preferencialmente durante o dia e todos os ocupantes do veículo devem usar cinto de segurança. Se cada motorista fizer sua parte a possibilidade de acontecer um acidente diminui”, afirma o inspetor Aristides Júnior, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF em Minas.


FATAL As temidas colisões frontais já mataram 105 pessoas em 2018 nas BRs que cortam Minas, levando em consideração dados do primeiro semestre. Foram necessários 253 acidentes para alcançar esse número de mortos, o que prova que a colisão frontal é o tipo de acidente que mais mata nas estradas brasileiras.

Segundo a PRF, essa foi a modalidade de batida que matou as seis vítimas que estavam na van com placas de Belo Horizonte.


Ainda não há detalhes da dinâmica do acidente, mas informações obtidas com socorristas indicam que nenhum dos dois veículos chegou a invadir completamente a contramão e a pancada teria se dado quando a van começou a transpor a faixa que divide os fluxos opostos e ainda estava bem perto desse limite. Imagens da van feitas por populares e também por socorristas mostram a destruição contida mais à esquerda, no lado do motorista, o que pode indicar que a batida realmente ocorreu perto da faixa.


Militares do Corpo de Bombeiros atuaram no resgate e atendimento das vítimas e contaram com a ajuda de socorristas voluntários, como o grupo Sevor, de João Monlevade, e Bombeiro Voluntário, de Barão de Cocais. Dez pessoas se feriram, sendo oito encaminhadas ao Hospital Margarida, em João Monlevade, e duas de helicóptero ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Uma delas é o motorista que dirigia a van. Morreram no local as irmãs Camila Onório de Freitas Dornelas, de 23 anos, e Carla Onório de Freitas, de 21, o casal Maria Selma de Gusmão Silva, de 52, e Sebastião Leite da Silva, de 65, além de Etelvina Teixeira Dornelas, de 81, e Maria de Lourdes Oliveira Silva, de 54. Etelvina é mãe do motorista que dirigia o veículo de passageiros, João Antônio Dornelas, de 54.


A tragédia de ontem contribuiu para engrossar as vítimas da BR-381, cujas obras de duplicação entre BH e Valadares se arrastam. Somente nesse trecho, 36 pessoas já morreram nos primeiros seis meses de 2018, média mensal de seis óbitos.

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