Dois barracões de madeira pegaram fogo na madrugada desta terça-feira, na ocupação Vila Nova, no Bairro Ólhos D’Água, na Região do Barreiro, em BH. Moradores acusam um grupo de criminosos de iniciarem o incêndio.
Segundo o Corpo de Bombeiros, uma equipe foi chamada ao local, mas quando chegou as duas residências já haviam sido destruídas pelas chamas. De acordo com os combatentes, populares que estavam no local disseram que um grupo de homens armados ameaçaram os moradores e atearam fogo nos barracões.
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar o caso, e informou que os envolvidos serão intimados para prestar depoimento.
Os moradores
Em entrevista ao EM, os moradores da ocupação afirmam que na madrugada desta terça-feira, um empresário da região foi ao local com cerca de 20 pessoas armadas, mandando que elas se retirassem e provocado o fogo nos barracos com gasolina.
Ainda segundo os moradores, na sexta-feira de manhã o empresário teria ido ao local falando que era uma pessoa de Justiça e depois se identificou, ameaçando os moradores de que na segunda-feira ele iria ‘chegar metendo o trator’. Na parte da tarde do mesmo dia, ele teria voltado com revólver e apontado a arma para um dos ocupantes.
De acordo com um dos moradores, na ocupação moravam oito famílias, contabilizando cerca de 25 pessoas.
O empresário
Também ouvido pela reportagem, o empresário disse que os ocupantes incendiaram o próprio barraco e estão colocando culpa nele. Na sexta-feira ele teria passado pela região e visto uma grande movimentação das pessoas carregando madeiras, tijolos e blocos de concreto, então ele foi ver o que seria. Chegando no local, ele viu homens iniciando uma ocupação e pediu para que se retirassem, pois, a área pertenceria aos motéis. Ainda segundo o empresário, o propósito dos moradores seria ocupar toda linha férrea e havia um homem vendendo áreas por R$ 40 mil. Quando ele chegou no local havia o início de construções e alguns barraquinhos de madeira, não tinha ninguém morando.
O empresário negou ter voltado à ocupação, e afirmou que não anda armado e nunca teve arma. Ele questiona os moradores por não terem filmado a ameaça dele e de outras pessoas armadas, se na visita dele pedindo a retirada na sexta-feira eles filmaram.
De acordo com o empresário, ele e sua engenheira teriam sido ameaçados de morte pelas pessoas que ocuparam o espaço.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais