As duas epidemias de febre amarela que atingiram Minas Gerais provocaram centenas de mortes e milhares de pessoas infectadas. Somente no território mineiro, 340 moradores perderam a vida em decorrência da enfermidade. Na temporada 2017/2018, foram 178 óbitos. Ela foi considerada a pior epidemia da doença já registrada no país desde 1980, segundo o Ministério da Saúde.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), divulgados nesta quarta-feira, mostram como os mineiros sofreram com a febre amarela nos últimos três anos. Na temporada 2016/2017, foram confirmados 475 casos do tipo silvestre da doença em Minas Gerais. Do total, 162 pacientes não resistiram e morreram. A letalidade ficou em 34,1%.
A temporada já era considerada a pior desde 1980. Mesmo com os esforços dos órgãos de saúde, a situação foi ainda pior no período seguinte. Entre julho de 2017 e junho de 2018, foram 527 casos confirmados, com 178 mortes a taxa de letalidade diminuiu em relação ao período anterior, passando para 33,5%.
Um dos apontamentos feitos pela SES/MG para o aumento de casos em 2017/2018, é a área onde o vírus circulou. As cidades mais atingidas tinham uma grande concentração de pessoas, como a Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Zona da Mata, e parte das regiões do Campos das Vertentes, Oeste e Sul de Minas.
Vacinação
Mesmo com o aumento expressivo da vacinação, ainda há um grande número de pessoas que não receberam a dose contra a doença. A cobertura vacinal em Minas Gerais está em torno de 90,75%, sendo que a meta é 95%. A estimativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) é que pouco mais de 1,8 milhões de pessoas ainda não foram vacinadas. A menor taxa está em pessoas com idades entre 15 e 59 anos, mesma faixa-etária mais acometida pela enfermidade.
Entre os 853 municípios do Estado, 20,63% (176) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal, outros 37,40% (319) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de sua população vacinada. Com mais de 95%, estão 41,97% (358) das cidades mineiras.