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Estado de Minas

UFU denuncia frase racista pichada durante evento dedicado aos negros

PF foi acionada pela universidade para investigar o caso. Pesquisadores que participavam de congresso viram o texto "pretaiada vai voltar pra senzala" no banheiro da instituição


postado em 17/10/2018 21:50 / atualizado em 17/10/2018 22:42

Frase pichada em banheiro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)(foto: Reprodução/Facebook)
Frase pichada em banheiro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) (foto: Reprodução/Facebook)


Um caso de racismo abalou a comunidade científica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, nesta quarta-feira (17). Durante o X Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros (Copene), uma frase com os dizeres "pretaiada (sic) vai voltar pra senzala" foi pichada em um banheiro da instituição. Este foi o terceiro caso de manifestações preconceituosas no estado desde a última sexta-feira (12). 

A reação dos pesquisadores presentes ao congresso aconteceu de maneira imediata. De acordo com a UFU, assim que soube da ofensa, a delegação do encontro procurou a direção da universidade, que “se manifestou prontamente contra o ato”. 

Em nota de repúdio, a UFU classificou o caso como “grave ato de racismo”. Por isso, a instituição informou que acionou a Polícia Federal (PF) para apurar o caso. O em.com.br tentou contato com a unidade da corporação em Uberlândia, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Além do boletim de ocorrência, a UFU afirmou que vai abrir uma sindicância interna para apurar a situação. 

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade do Triângulo também repudiou a mensagem. Segundo a organização, “reconhecer a influência de nosso passado nas nossas relações atuais é o primeiro passo para que nosso presente e futuro sejam transformados positivamente”.

O DCE ressaltou, ainda, que a UFU é espaço de democratização do ensino e defendeu a instituição de ensino como responsável por “mudanças significativas no panorama da desigualdade no Brasil em uma gama variada e relevante de aspectos”. 
 
Uma escalada de manifestações preconceituosas tem acontecido no Brasil nas últimas semanas. Nessa terça (16), a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata, denunciou as mensagens “morte aos gays” e “morte aos viados (sic)” nas portas de um banheiro.

Na sexta-feira passada, foi a vez da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), na Região Sul do estado. No local, um autor pintou a ofensa “lugar do preto é senzala”, novamente nos banheiros. O responsável também fez alusão ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). 

Em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, suásticas foram pichadas em uma capela católica. Na quarta-feira passada (10), uma moradora de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teve o símbolo nazista marcado no corpo. Ela foi agredida por três homens na ocasião. 


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