Jornal Estado de Minas

BH registra em poucas horas quase todo a chuva esperada para outubro

- Foto: Juarez Rodrigues/ D.A PressMoradores de Belo Horizonte, principalmente das regionais Oeste e Centro-Sul, presenciaram fortes chuvas nesses últimos dois dias. Segundo a Defesa Civil, em aproximadamente quatro horas, choveu cerca de 86% do que era esperado em todo o mês de outubro na cidade.

Ainda de acordo com a órgão, a regional que mais acumulou chuva nesses dois dias foi a Oeste; ao todo, entre as 11h30 e as 14h30 dessa quinta-feira e das 15h20 às 16h20 desta sexta, choveu 90,2 milímetros. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê cerca de 104,7 milímetros para todo o mês de outubro. Veja a lista completa em 

.Barreiro: 11
.Centro Sul: 90,2
.Leste: 44
.Nordeste: 13.2
.Noroeste: 40.8
.Norte: sem dados
.Oeste: 90,2
.Pampulha: 39,8
.Venda Nova: 39,4

Já em relação a todo o mês, das nove regionais, cinco já alcançaram a média histórica de outubro. São elas: Centro-Sul (187%), Leste (111%), Noroeste (100%), Oeste (166%) e Venda Nova (110%).

Segundo o meteorologista do ClimaTempo, Ruibran dos Reis, a previsão para este mês de outubro era de que chovesse forte. Para ele, o que surpreendeu foi a falta de distribuição da precipitação ao longo do período.

Ruibran credita os fortes temporais dos dois últimos dias à iniciação do fenômeno El Niño na costa do Peru e do Equador, banhados pelo Oceano Pacífico. Conforme o meteorologista, o fenômeno contribuiu para o aquecimento das regiões próximos aos países. “Historicamente, o mês de outubro é o mais quente, mas nesse ano esquentou mais do que a média, que é de 28ºC”, afirmou. 

No último domingo, Belo Horizonte registrou o dia mais quente do ano.
De acordo com o Inmet, a temperatura na capital chegou a 34,8ºC, conforme o termômetro da estação metereológica da Pampulha.

El Niño


De acordo com o ClimaTempo, o El Niño é um é um fenômeno de interação do oceano com a atmosfera caracterizado por um aquecimento acima do normal das águas do oceano Pacífico Equatorial. A grande evaporação das águas e a umidade provocada na região vai para diferentes partes do globo, sendo que, em alguns lugares a formação do El Niño gera grandes chuvas e, em outros, secas.

No Brasil, o El Niño tem dois efeitos marcantes: o aumento da chuva sobre a Região Sul e a diminuição da chuva sobre a Região Nordeste. Algumas áreas do Norte, do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil também sentem o efeito de redução ou aumento da chuva.

O meteorologista Ruibran dos Reis esclarece que, apesar da iniciação do fenômeno neste mês, a previsão é de que o aumento das temperaturas se deem no mês de Dezembro, onde o fenômeno estará mais intenso.

Ainda segundo ele, o El Niño não ocorre anualmente. “Ainda não sabemos explicar cientificamente porque ele aparece”, afirma.

* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Crisite


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