A união entre moradores e diferentes órgãos das prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem é a aposta para evitar ocorrências graves com inundações na Avenida Tereza Cristina, um dos pontos que mais sofre com esse problema na Região Oeste de BH, nos limites com a cidade de Contagem. No local, há o encontro do córrego Ferrugem e o Ribeirão Arrudas, que enchem rapidamente com chuvas fortes. Na manhã deste sábado, é realizado um simulado para mostrar o que deve ser feito em caso de enchentes. Moradores receberam materiais para fechar pontos da via para evitar a passagem de veículos e pedestres. Todos serão alertados por meio de mensagens no celular.
O treinamento com a população aconteceu há um ano. O objetivo é alertar e mostrar algumas medidas que devem ser feitas para evitar mortes durante temporais. “O objetivo nosso é utilizar a comunidade e as instituições para diminuir a exposição de pessoas nas inundações na Tereza Cristina. O simulado faz com que todos conhecem a via, como o rio se comporta em chuvas intensas, e o que cada morador pode contribuir para diminuir a exposição de carros e moradores”, explicou o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil de BH.
Os moradores já receberam cones e faixas zebradas para fechar as vias. Foram levantados 19 pontos críticos ao longo da Avenida Tereza Cristina onde eles irão fazer a interdição em caso de risco iminente de inundação. O chão foi pintado para facilitar o processo. “Eles recebem mensagem SMS alertando sobre o evento que pode ocorrer, e desencadeia todo um processo de comunicação”, diz o coronel. “O simulado treina a população para que quando acontecer (inundação) a gente tenha a resposta mais próxima do ideal”, completou. A participação dos moradores também acontece para aperfeiçoar as ações. “A população mesmo já indica algumas mudanças. Por exemplo, o processo de comunicação foi mudado”, indicou o coordenador da Defesa Civil.
As equipes se encontraram na manhã deste sábado na Escola Municipal Virgílio de Melo Franco, na Vila São Paulo, em Contagem. De lá, partiram para a simulação com os moradores. Além da Defesa Civil de Belo Horizonte, participaram do treinamento equipes da BHTrans, COP-BH, Guarda Municipal de Belo Horizonte, Defesa Civil de Contagem, Transcon, Polícia Militar Rodoviária (PMRv), concessionária Via 040.
Outros pontos críticos
A Avenida Tereza Cristina é um dos pontos críticos da cidade em relação a inundações. Mas outros lugares também carecem atenção durante temporais fortes. Segundo Alexandre Lucas, cada um dos pontos tem características diferentes. Por isso, ações de prevenção têm outras metodologias. “Na Avenida Francisco Sá tem um muito comerciante. É difícil tirar o funcionário do comércio para bloquear a via. Envolve até risco trabalhista. É uma dificuldade maior. Na Vilarinho, o canal é fechado, então não se vê a evolução da inundação. Então o processo é diferente”, explicou.
O coronel ressaltou que os trabalhos de prevenção é uma recomendação no mundo inteiro. “É recomendação da ONU a preparação de emergência através de simulado. Ano passado fizemos e aplicamos com sucesso, como não tivemos nenhuma morte. Então, esperamos o sucesso também neste ano”, ressaltou.