Jornal Estado de Minas

Corrida para pessoas com deficiência é mensagem contra o preconceito em BH

Mariana, atleta-mirim da superação - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

Ontem foi um domingo especial para Mariana do Nascimento, de 8 anos. Era dia de correr 50 metros na corrida rústica promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte. O que pode parecer algo comum para qualquer criança, para ela teve um sabor especial. Portadora de epilepsia e paralisia facial, foi um momento de superar limites e vencer o preconceito. E ainda voltar para casa com uma medalha no peito.

Mariana foi um dos 603 inscritos, entre crianças, jovens e adultos, na 21ª edição da Corrida Rústica PCD (pessoas com deficiência), promovida pela Secretaria Municipal de Esportes e realizada na manhã de ontem na Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O evento estava suspenso desde 2013 e este ano retornou para o calendário anual de eventos do Programa Superar, da PBH, nas modalidades de 50, 100 e 200 metros – de acordo com o tipo de deficiência dos participantes.

Entre os inscritos da corrida, 200 são alunos do Programa Superar, que atende a cerca de 940 pessoas com deficiência física, visual, intelectual, auditiva, múltipla e com autismo. Mariana Nascimento é uma dessas alunas, e faz questão de não perder nada. “Essa corrida é uma forma de socialização para ela e para a família.
E ela gosta de participar de tudo”, conta a dona de casa Irene Silva Nascimento, de 43 anos, mãe de Mariana.

A menina faz natação, fisioterapia e sessões de fonoaudiologia e terapia ocupacional. Depois de terminar a  prova – devidamente auxiliada por um funcionário da PBH –, ela e todos os atletas subiram ao palco para receber a medalha Superar.

A largada do evento foi dada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS), que chegou ao local a caráter: bermuda, tênis e blusa de malha. “Estamos ampliando esse serviço, que é muito importante para a cidade de Belo Horizonte”, afirmou. De acordo com ele, a Prefeitura está triplicando o número de atendimento aos deficientes na capital.

“Temos projetos da escola fundamental e infantil em que a mãe pode escolher, ou a criança vai para a escola especial ou vai para uma escola comum com a companhamento de psicólogo. Isso é o que temos que fazer. Esse povo não vota, mas existe”, argumentou..