Os crimes contra a dignidade sexual no transporte público serão combatidos em Belo Horizonte.Os ônibus serão equipados com o botão do pânico, usado atualmente para casos de depredação e assalto, e que serão adaptados para os casos de assédio. Ao todo, 2.098 veículos têm o equipamento instalado. Na próxima segunda-feira, terá início o treinamento da primeira turma, de 40 motoristas, para o enfrentamento do crime. A iniciativa da Guarda Municipal terá a parceria da BHTrans e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Foram disponibilizados todas as agentes femininas da corporação - a capacitação delas será feita nesta quarta feira.
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Numa das pesquisas, realizada pelo instituto Data Folha, 25% das mulheres revelaram já terem sido assediadas no transporte público.
A iniciativa surgiu a partir de março de 2016, quando a Secretaria Municipal de Patrimônio criou o Núcleo de Prevenção aos Direitos, formado, em sua maioria, por guardas. "Trabalhávamos separadamente em vários projetos, ligados à intolerância religiosa, violência contra a mulher, e racial. Tentando entender a violência à mulher, visualizamos muitas reclamações de assédio no transporte", conta Aline.
Os trabalhos culminaram com o Plano Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher no transporte coletivo, acelerado depois do episódio em que uma guarda municipal foi vítima de assédio no metrô de BH, no início do mês passado. "Prevenção é mais barata e eficiente que repressão", destaca Aline. Ela lembra, ainda, que antes o que era tido como contravenção penal e, por isso, de menor potencial ofensivo, agora é crime incondicionado com pena restritiva.
O que diz a lei
Assédio sexual era considerado contravenção penal.