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Estado de Minas

Defesa pede habeas corpus para empresário envolvido em tiroteio entre policiais

Empresário Jerônimo da Silva Leal Júnior, dono de uma empresa de segurança, que teria sido contratada para fazer a escolta para a transação que terminou em tiroteio, está internado em um hospital de Juiz de Fora


postado em 24/10/2018 15:42 / atualizado em 24/10/2018 16:00

A troca de tiros aconteceu depois de uma transação ilegal(foto: Policia Civil/Divulgação)
A troca de tiros aconteceu depois de uma transação ilegal (foto: Policia Civil/Divulgação)

A defesa do empresário Jerônimo da Silva Leal Júnior, dono de uma empresa de segurança, que teria sido contratada para fazer a escolta para a transação que terminou em tiroteio entre policiais em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, entrou com um pedido de habeas corpus para liberá-lo. Ele está internado em um hospital da cidade e já tem um mandado de prisão em aberto. O pedido dos advogados está sendo analisado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Outra solicitação é que ele seja transferido do Hospital Monte Sinai para uma unidade de saúde de São Paulo.

A troca de tiros  entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo aconteceu na última sexta-feira e terminou com a morte de um agente mineiro. A linha de apuração da equipe da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária de Juiz de Fora é de que os policiais davam cobertura a uma transação possivelmente ilegal entre os dois empresários, marcada para ocorrer no estacionamento de um condomínio de consultórios que faz ligação com o Hospital Monte Sinai.

As informações já obtidas pelos investigadores dão conta de que os policiais faziam a escolta de Flávio Guimarães entre São Paulo e Juiz de Fora com uma quantidade de dólares, para realizar a troca da moeda no município mineiro. O negócio deu errado, aparentemente, quando se descobriu que parte das cédulas em real que seriam usadas na transação era falsa.

Em depoimento, o empresário Flávio Guimarães disse à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo que foi a Juiz de Fora negociar empréstimos para sua empresa. Com relação à escolta, alegou que contratava os serviços da empresa de segurança de Jerônimo rotineiramente, dando a entender que não sabia que havia policiais na escolta. Jerônimo acabou baleado e segue internado em estado grave no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora.

Grande investigação

Cresce a mobilização para investigar a troca de tiros entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo. Além de envolvimento das secretarias de Segurança dos dois estados, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as apurações. O ouvidor da Polícia Civil paulista reforçou o pedido para que a Polícia Federal (PF) acompanhe o caso, argumentando que há um grande número de crimes em investigação e que eles envolvem duas unidades da Federação. Os levantamentos já realizados indicam que os policiais podem fazer parte de uma organização criminosa.

O que já sabemos sobre o caso


» Em 19 de outubro, houve tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo, no estacionamento de um condomínio de consultórios que faz ligação com o Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

» Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. Duas pessoas ficaram feridas. Um deles, Jerônimo Silva, é dono de empresa de segurança particular que acompanhava o grupo de São Paulo e irmão de um dos policiais paulistas. Ele segue internado. O outro paciente, Antônio Vilela, empresário de Juiz de Fora que estaria transportando R$ 15 milhões em notas falsas, recebeu alta e foi preso

» O confronto ocorreu em meio a uma transação suspeita entre Vilela e Flávio Guimarães, empresário de São Paulo. As apurações dos investigadores indicam que policiais de Minas Gerais estavam apoiando o empresário mineiro, enquanto os de São Paulo garantiam a segurança do empresário paulista
» Até o momento, a investigação aponta que o tiro que matou o policial saiu da arma de um segurança particular que acompanhava o grupo do empresário paulista com oito policiais do estado vizinho, incluindo dois delegados

» Quatro policiais paulistas, sendo dois delegados e dois investigadores, foram autuados por lavagem de dinheiro. As prisões em flagrante foram convertidas para preventivas em uma audiência de custódia. Todos foram transferidos para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem

» Três policiais de Minas foram autuados por prevaricação e liberados depois de assinar termo em que se comprometem a comparecer a audiência em novembro

» Os dois homens que foram baleados na troca de tiros também tiveram as prisões preventivas decretadas

» Do mesmo grupo de São Paulo, outros cinco policiais foram ouvidos e liberados.

» O empresário Flávio Guimarães fugiu da cena e se apresentou ontem em São Paulo. Ele negou que estivesse transportando dólares e disse que estaria no local para tomar empréstimo. Indicou ainda que não sabia que havia policiais na escolta

» O empresário de Juiz de Fora que participaria do negócio, Antônio Vilela, foi baleado no pé. Ele recebeu alta na noite de domingo e ficou a cargo do sistema prisional
» Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as apurações. Dois promotores de Juiz de Fora e outros três ligados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO)
» a Ouvidoria de Polícia de São Paulo enviou ofícios para a superintendência da Polícia Federal (PF) do estado e para o Ministro de Segurança, Raul Jungman, para que a PF acompanhe o caso


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