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Um deles foi o assassinato de Jaciara. De acordo com boletim de ocorrência da PM, testemunhas chegaram à casa dela, no Bairro Santa Helena, e encontraram a mulher caída na entrada de um quarto. Os policiais entraram no imóvel e viram uma grande quantidade de sangue ao redor do corpo.
Policiais da Delegacia de Homicídios encontraram mensagens no celular da mulher, em conversa via WhatsApp, de ameaças do ex-companheiro. Testemunhas também afirmaram que o relacionamento dos dois era conturbado. Diante da suspeita, a polícia se deslocou até a casa de D.S.R., de 21, e foi informado pela mãe dele que o jovem não aparecia no local desde a noite de terça-feira.
Indicou uma praça como um local que ele costumava frequentar, próximo a uma escola. Lá, policiais abordaram diversas pessoas. No celular do adolescente de 17 eles conseguiram ver uma mensagem do ex-companheiro da vítima, em que ele confessava o crime.
Os policiais seguiram o menor, sem ele perceber, e chegaram até uma mulher, de 27.
Segundo a PM, em conversa com os militares, o menor afirmou que não agiu diretamente no crime e que somente deu apoio do lado de fora da casa. Ele mostrou vídeos aos policiais que mostram o assassinato da mulher e imagens com a moto, que havia sido roubada. No celular também foram encontrados outros vídeos de mulheres sendo esfaqueadas.
Crianças presenciam
assassinato da mãe
Nem mesmo a presença de dois filhos menores de 9 anos impediu o assassinato de Michele Aparecida de Medeiros, em um distrito de Lajinha, na Zona da Mata. Ela já tinha medida protetiva contra o ex-companheiro, Anderson da Silva Nascimento, de 37, acusado do crime. A possível motivação seria ciúme. A filha do casal contou que Anderson chegou acusando Michele de traição. Disse, ainda, que o pai chegou a falar há algum tempo que mataria a mulher e, em seguida, tiraria a própria vida. A avó da garota disse que o casal estava separado havia aproximadamente três meses e que Anderson não aceitava o fim do relacionamento.
As agressões de Anderson contra Michele já ocorriam havia pelo menos quatro anos. De acordo com a Polícia Civil, o primeiro boletim de ocorrência foi registrado pela vítima em 2014, por ameaça.
O assassinato aconteceu na noite de terça-feira em uma casa no distrito de Córrego Carvalho, na zona rural de Lajinha. De acordo com a PM, a filha do casal, que presenciou o crime, contou detalhes. Em conversa com os militares, informou que o pai estava escondido na casa e armado com uma faca quando chegaram a mãe, ela e o irmão mais novo.
Segundo a menina, Michelle tentou fugir abrindo a porta da casa, mas acabou alcançada. A mulher, então, correu para a cozinha, enquanto era esfaqueada pelo ex-marido. A menina conta que a mãe tentou pular uma janela da cozinha, mas foi puxada pela roupa e atacada novamente.
No boletim de ocorrência consta, ainda, que a garota chegou a implorar ao pai para parar as agressões, mas que acabou empurrada. A garota fugiu por uma janela, deixando o irmão mais novo. Ela seguiu até a casa da avó, onde contou os detalhes do crime.
o que diz a lei
A Lei 13.104/2015, conhecida como Lei do Feminicídio, foi sancionada em 9 de março de 2015, abordando a morte violenta de mulheres por razões de gênero. O termo se refere a assassinato que tem a mulher como vítima e como motivação o menosprezo ou discriminação ao gênero ou razões de violência doméstica. O texto altera o Código Penal, incluindo esse tipo de homicídio no rol dos crimes hediondos, o que sugere tratamento mais severo perante a Justiça. A pena pode ser aumentada em um terço até a metade, em caso de o crime ter sido praticado durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto, contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos ou com deficiência e se ocorrer na presença de parente da vítima.