Belo Horizonte pretende praticamente dobrar a extensão das faixas exclusivas para ônibus em corredores e vias importantes da capital. O edital para o projeto de mais 80 quilômetros deve ser publicado ainda este ano. Também será divulgado em breve documento semelhante para a implantação de 56 quilômetros de ciclovias na cidade. As ações são algumas das apostas da administração municipal na tentativa de fazer fluir a mobilidade e evitar que BH, que superou a marca de 2 milhões de veículos, entre em colapso. O planejamento estratégico se baseia em três pilares tidos como grandes desafios: melhoria do transporte coletivo, incentivo ao uso de bicicleta e a viagens a pé.
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Segundo ela, na Avenida Pedro II, na Região Noroeste, houve crescimento de 20% do aumento operacional da velocidade dos coletivos, depois da implantação de faixa de uso único dos ônibus. Em lugares onde foram adotadas faixas preferenciais pode haver mudança para a exclusiva – caso das ruas Padre Eustáquio, também na Região Noroeste, e na Niquelina, na Região Leste. Há proposta de alteração também para a situação da Avenida Amazonas.
“A maior parte das pessoas estão se locomovendo pelo transporte público. Por isso, é importante priorizar o transporte coletivo para levar os passageiros em melhores condições e atrair quem usa o automóvel. Não vamos ampliar vias. Fazer viadutos e outras estruturas resolve pontualmente, mas os carros vão rápido só até o próximo semáforo. Precisamos propor medidas por meio das quais se consiga reduzir a necessidade do automóvel”, ressalta Elizabeth.
Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG) mostram que a frota tem 1,3 milhão de automóveis e 219 mil motocicletas. Belo Horizonte dobrou sua frota num período de 12 anos. A marca dos 2 milhões de carros, motos, ônibus, caminhões e demais veículos significa um veículo para cada 1,24 habitante e a previsão de estudiosos é alcançar a paridade de um para um em um prazo que só depende dos níveis de crescimento econômico do país.
CONFIABILIDADE Aumentar o conforto do transporte, implantando abrigos, painéis de mensagens nos pontos de ônibus e renovando a frota com ar-condicionado e suspensão a ar são outras apostas para fazer o cidadão trocar o carro pelo coletivo. “Outra questão é a confiabilidade. Se a pessoa sabe que vai sair do escritório e daqui a tantos minutos o ônibus está passando, confia que vai chegar e não ficará esperando”, diz. “É importante divulgar essa rede de transporte e fazê-la ser entendida, com informações em tempo real”, acrescenta. A BHTrans tenta ainda entender demandas existentes entre as regiões para criar linhas específicas, que não levem só para os principais corredores e área central da cidade.
Estimular o uso de bicicletas é outra proposta. A expectativa é de que a extensão das ciclovias cresça 64,5%, saindo dos atuais 83 quilômetros para 139 quilômetros. A novidade é que elas servirão de conexão entre os bairros e as estações do Move. “São vias que, às vezes, não são corredores, e serão direcionadas para se conectar com as estações, como Pampulha, Barreiro e Venda Nova”, relata a diretora. A BHTrans tem assegurados os recursos para os projetos, a serem feitos ao longo do ano que vem. A execução ainda depende de orçamento. “Vamos acompanhar a situação da cidade, as condições das vias, implementar as propostas e monitorar para ver a consequência das ações.”