As empresas de ônibus de Belo Horizonte terão apenas mais um dia para qualificar os motoristas e trocadores de como agir em casos de assédio sexual. Isso porque, a partir de quarta-feira, apitos começarão a ser distribuídos às passageiras do transporte público com o intuito de ajudar as vítimas a denunciar o crime. A partir do sinal de socorro emitido pela mulher, os funcionários poderão acionar a Guarda Municipal por meio de um novo botão de pânico instalado nos veículos. Nesta segunda-feira ocorreu o treinamento de representantes de empresas de ônibus, com 40 pessoas, para o enfrentamento da violência. Os participantes multiplicarão as instruções para os trabalhadores das empresas.
Leia Mais
Denúncias de assédio em ônibus subiram 21,7% em relação a 2017 em BHDenúncias de estupro e assédio sexual ligam alerta na Região Centro-Sul de BH Mulheres e especialistas aprovam apitos para denunciar assédio em transporte públicoMulheres recebem apitos e panfletos contra assédio nos ônibus e metrô de BHA iniciativa para reduzir os casos de assédio é da Guarda Municipal em parceria com a BHTrans e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A partir de quarta, a guardas femininas vão atuar em estações de ônibus e no metrô, orientando as passageiras como agir.
Ao todo, 2.098 ônibus da capital e região metropolitana estão equipados com o botão do pânico, acionado atualmente em casos de depredação e assalto, e cujo uso será adaptado para os casos de assédio. “Nós vamos iniciar os trabalhos com algumas linhas, que têm maior número de registros de acordo com a demanda”, destacou Aline Santos Silva. O Chefe do Departamento de Transportes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), Leonardo Lemos, disse que os motoristas do ônibus estarão preparados até quarta.
PENA O delito se transformou crime em 24 de setembro. Autores de atos de assédio no transporte agora poderão ser condenados a penas de até cinco anos, já que no fim de setembro a importunação sexual passou a ser crime. Antes, os atos eram considerados importunação ofensiva ao pudor, uma contravenção penal. “Antigamente, era só importunação ao pudor, era uma contravenção penal. O autor assinava o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), pagava uma multa, e estava liberado, embarcando no próximo coletivo e fazia novas vítimas. Agora, com a Lei se torna crime, se a gente conseguir configurar a importunação sexual, esse autor pode pegar de 1 a 5 anos de prisão, é uma pena até maior que a pena de homicídio culposo”, completou a guarda municipal, Aline Oliveira dos Santos Silva. Ela ainda destaca que, por meio do número 153, as vítimas podem entrar em contato com a corporação e obter mais informações caso não saibam como prosseguir ou não recebam o apito. “O importante é que todas elas tenham alguma forma de pedir ajuda.”.