Segundo uma testemunha, a família do suspeito estava em uma boate para celebrar o aniversário de 18 anos de sua filha Alana. Ao saírem da casa noturna, familiares e convidados – entre eles, Daniel – foram para a casa de Edson para continuar a comemoração.
O suspeito seguiu contando sua versão do crime, que segundo ele, teve motivação passional.
“De repente, uns 40 minutos depois que eles tinham chegado, eu escuto gritos: ‘Socorro, socorro, socorro!’ E eu: ‘meu Deus, é a Cris’. Quando eu cheguei no meu quarto, fui forçar a porta, a porta fechada. Falei, ‘meu Deus, a Cris não fecha a porta’. Eu peguei e dei uma ombrada na porta e arrebentei a porta. Quando eu me deparo, Daniel tá em cima dela, tentando estuprar a minha mulher. Nesse momento que eu vi isso, eu saí de mim. Eu fiquei desesperado. Fiquei aterrorizado de ver aquilo. Foi muito, muito triste. Eu só queria ajudar minha mulher. Era só a única coisa que eu queria, era ajudar uma mulher sozinha e indefesa. Nisso eu tirei ele de cima dela. Tirei ele de cima dela e deitei ele em cima da cama e comecei a segurar ele. Lembrando, ele estava só de cueca na minha cama.”, disse Edson.
O suspeito afirmou, ainda, retirou Daniel da casa e o colocou no porta-malas do carro, mas não soube dizer se a vítima ainda estava viva no momento. “Não sei se ele perdeu a consciência. Não sei te afirmar. Eu bati nele muito. Muito. Uns cinco minutos mais ou menos. Daí eu tirei ele da casa. Eu não sei se ele estava desacordado, se estava acordado, se só tinha fechado o olho. Eu não sei te dizer (se ele estava vivo). Acho que sim. Tirei ele dali e coloquei ele no porta-mala do carro. Fiquei pensando onde que eu iria levar ele.”
Edson contou, ainda, mais pessoas o ajudaram a espancar Daniel, mas que não participaram da consumação do homicídio. “A bater, sim. Mas na situação do término, não. Não mesmo. No carro tinha mais três pessoas, mas não fizeram nada. Tentaram me impedir, mas não iam conseguir. O desespero, aquela situação em si... Não iam conseguir. E depois que eu vi o que eu fiz, no exato momento eu falei ‘Jesus, o que eu fiz?’”, contou o suspeito.
O empresário relata que não planejou o que faria com o jogador, e que a faca utilizada para matar Daniel já estava no carro, junto com outras ferramentas. “Não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro. Era uma faca pequena, que a gente usava no carro, junto com as ferramentas, sabe? Faca que fica junto com ferramenta, no porta-malas. Nem eu sabia que eu ia fazer aquilo. Eu não fui para fazer aquilo. Eu tava desesperado. Estava fora de mim. Eu olhei no porta-malas e vi o que tinha.”
Testemunha ameaçada
Um dos convidados pela família de Edson para a comemoração do aniversário de Alana testemunhou o momento das agressões a Daniel. Segundo a testemunha contou também à TV Globo, ele também foi ameaçado por Edson, ao tentar impedir o espancamento do atleta.
“Ouvi muita gritaria pedindo socorro para que acudisse, para que não acontecesse uma tragédia. Nisso eu fui pela janela pelo lado de fora e avistei o que estava acontecendo. O rapaz que veio a óbito estava sendo enforcado, apanhando muito, muito. Nisso entraram mais dois rapazes e ajudaram a bater nele. Eu tentei acudir para impedir a tragédia, mas não tem o que fazer. No momento que eu tento separar, o rapaz em questão (Edson) olha pra mim e fala: ‘sai daqui seu cuzão. Você não me ajudou. Você vai ser o próximo’. Depois entrou mais um no quarto, arrancaram ele do quarto já bem machucado, bem debilitado. Jogaram ele um pouquinho para fora da garagem e continuaram a espancar ele. Falaram palavras de baixo calão. E um deles disse: 'Mexeu com mulher de bandido, vai morrer”, disse.