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Estado de Minas

Médicos investigam causas do surto de diarreia entre maxacalis

Problema chegou a deixar 106 índios maxacalis internados em diferentes hospitais na Região do Vale do Mucuri


postado em 03/11/2018 06:00 / atualizado em 03/11/2018 07:45

Aldeia de Pradinho, onde o surto começou. Campanha arrecada recursos para ajudar os índiosv(foto: Pedro Ferreira/EM/D. A Press -17/4/15 )
Aldeia de Pradinho, onde o surto começou. Campanha arrecada recursos para ajudar os índiosv (foto: Pedro Ferreira/EM/D. A Press -17/4/15 )

Depois de duas crianças morrerem por desidratação, causada por um surto de diarreia iniciado em 14 de outubro, médicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) chegam às cidades de Águas Formosas e Machacalis, no Vale do Mucuri, para prestar apoio à tribo. Além disso, os profissionais de saúde têm outra missão: descobrir as causas que levaram ao problema – que chegou a deixar 106 índios maxacalis internados em diferentes hospitais da região. A principal suspeita se concentra na contaminação das águas de um rio que corre pelas aldeias, historicamente usado pelas crianças para atividades de lazer e para tomar banho. Até o fechamento desta edição, 18 pessoas, sendo duas crianças ainda com risco de morte, permaneciam hospitalizadas.


O quadro mais crítico começa a ser superado, segundo o secretário da Cáritas Diocesana de Teófilo Otoni, Humberto Alencar. “Agora, temos 13 maxacalis internados no Hospital de Machacalis. Outros três, que são da aldeia Pradinho, estão no Hospital de Águas Formosas. Também temos duas crianças em um centro médico de Teófilo Otoni. A situação deu uma melhorada, pois o surto foi controlado. Ainda assim, temos um quadro mais complicado com as crianças”, ressalta.

O problema se iniciou na aldeia de Pradinho, formada por 958 pessoas, e depois se alastrou para a de Água Boa, composta por 843 índios, segundo dados da Sesai. Essa última foi a mais atingida pelo surto, conforme Humberto Alencar. As limitações estimularam a criação de uma campanha beneficente em prol dos maxacalis, ainda aberta, por parte de padres da paróquia São Sebastião, em Machacalis. Uma conta bancária foi disponibilizada para contribuições financeiras. Além disso, a Cáritas Diocesana de Teófilo Otoni recolheu itens essenciais no tratamento dos doentes, como fraldas, pomadas, lenços umedecidos, talco e maisena – todos estavam em falta nos hospitais da região.

A partir das iniciativas, a Cáritas arrecadou cerca de R$ 3 mil, além de inúmeros objetos para tratamento das diarreias. “Enfrentamos um problema no começo, pois a população local (de Águas Formosas e Machacalis) duvidou um pouco dos índios. Eles perceberam o tamanho do risco quando a imprensa e cidades próximas se mobilizaram”, conta.

Este não é o primeiro caso de contaminação enfrentado pelos maxacalis. Em 2010, houve um surto semelhante, que resultou na morte de duas crianças – uma de 9 anos e outra de 3 meses. O surto também causou a internação de mais de 40 pequenos. Desde então, conforme o secretário Alencar, diversas cisternas e caixas d’água foram instaladas nas aldeias para evitar contaminações. Ele destacou também a necessidade de um trabalho de conscientização junto às aldeias.

Alencar ainda chamou a atenção para as mudanças de temperatura, que têm causado dificuldades respiratórias aos pacientes. “Está fazendo muito calor de dia e esfriando a noite. As casas em que os indígenas moram não os protegem dessa variação”, explicou.

SERVIÇO

AJUDE OS MAXACALIS A campanha de doação aos maxacalis permanece aberta.

Depósitos podem ser feitos em nome da Mitra Diocesana de Teófilo Otoni, por meio do Banco Sicoob (756), agência 3045, conta-corrente 13.239-0.

O CNPJ é 25.111.014/0011-85


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