Um trem de esperança, carregado de solidariedade, está partindo de uma estação muito especial: o coração dos amigos de Paulo Henrique do Nascimento, de 45 anos, mineiro de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Presidente da organização não governamental (ONG) Amigos do Trem – e à frente do projeto turístico que vai ligar, pelos trilhos, Minas ao Rio de Janeiro (RJ) –, Paulo Henrique se encontra num momento delicado da vida: depois do tratamento contra câncer nos pulmões, em 2014, a doença voltou a acometê-lo, conforme constatado numa série de exames e consulta médica na semana passada.
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Quando o trem entrar em operação, sempre nos fins de semana, entre Cataguases e Três Rios, incluindo oito municípios, os 870 passageiros poderão ver pelos janelões da locomotiva muitos atrativos das terras mineiras e fluminenses, como fazendas centenárias, monumentos históricos, a represa de Furnas, estações e parte das cidades de Leopoldina, Recreio, Volta Grande, Além Paraíba, Chiador e Sapucaia.
NOS TRILHOS
A expectativa era de que o trem Rio-Minas entrasse em operação ainda este ano, mas, com a doença de Paulo Henrique, a viagem inaugural foi adiada.
Já os vagões fabricados na Romênia, agora pintados de azul e com plotagem dos patrocinadores, foram adquiridos da Vale, no valor de R$ 603 mil, pelo grupo de supermercados Bramil, de Três Rios, que fez a doação para a Amigos do Trem. Na viagem-teste, Paulo Henrique fez questão de destacar o acompanhamento do Ministério Público Federal, “por meio do procurador da República Fernando de Almeida Martins”.
Para o entusiasta do transporte ferroviário, a circulação do trem não tem caráter saudosista, e pode aquecer a economia, já que, no entorno da ferrovia, vivem cerca de 900 mil pessoas. Com o início das operações do Rio-Minas, deverão ser gerados em torno de 500 empregos diretos e indiretos. Ao fim da viagem, Paulo Henrique destacou os entendimentos com empresas de turismo para a criação de futuros pacotes de viagens. A médio prazo, existe a possibilidade de ser incorporado um novo ramal, com as estações dos distritos de Palma, também na Zona da Mata. Sobre o ineditismo turístico da iniciativa em escala interestadual, Paulo Henrique esclarece que o trem da Vale, que faz o trajeto BH-Vitória-ES, não se enquadra nessa categoria, por ser regular de passageiros, e outros, a exemplo da linha Curitiba-Morretes, trafegam apenas 70 quilômetros no território paranaense.
AJUDA
Para quem quiser colaborar, há uma conta em nome de Paulo Henrique do Nascimento, na Caixa Econômica Federal (CEF).