A realidade dos servidores da saúde pública de Belo Horizonte continua marcada pela insegurança. Nesse sábado (3), o centro de saúde do Bairro Jaqueline, no Norte da cidade, teve portas arrombadas e diversas janelas quebradas por vândalos. Eles não roubaram nada, mas a ação forçou a unidade a fechar as portas nesta segunda.
De acordo com a Polícia Militar (PM), havia muito sangue na cena do crime. A perícia foi deslocada para desvendar o crime, que ficou registrado na 4ª Delegacia de Polícia Civil de Venda Nova.
O caso escancara, mais uma vez, a insegurança dos equipamentos de saúde de BH. De acordo com dados do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed/MG), os primeiros cinco meses do ano abrigaram 243 ocorrências, média de quase 50 a cada 30 dias. Em setembro, foram 34 registros, conforme a organização.
“A coisa está ficando tão normal que já está banalizada. Temos discutido o tema com a secretaria, mas não há evolução”, conta o secretário-geral do Sinmed/MG, André Christiano dos Santos. Segundo ele, as melhorias passam por três ações: o retorno dos porteiros a todas unidades de saúde da capital; a presença mais efetiva da Guarda Municipal de Belo Horizonte (GMBH); e a instalação de câmaras de vigilância integradas à GMBH, semelhantes às do Olho Vivo.
A situação ficou mais complicada recentemente, quando a prefeitura não renovou o contrato com a empresa que prestava serviços de vigilância eletrônica, segundo André. A proteção acontecia por meio de alarmes conectados a uma central de atendimento.
Até a publicação da matéria, no fim da noite de segunda-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte ainda não havia encaminhado resposta ao em.com.br. Por meio de nota enviada na manhã de terça, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o atendimento foi normalizado. O Centro de Saúde também possui alarme ativado por meio de sensores de presença, mas eles foram arrancados. Leia o posicionamento na íntegra:
1. O Centro de Saúde Jaqueline II está funcionando normalmente nesta terça-feira (06/11). Ontem, a unidade teve o atendimento paralisado devido um arrombamento ocorrido no final de semana. Os pacientes com quadros agudos, foram encaminhados para unidades de saúde próximas ou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). As consultas agendadas para o dia serão remarcadas;
2. A unidade foi arrombada e teve janelas e portas danificadas e precisarão ser substituídas. Nenhum material, equipamento ou documento foi levado;
3. O centro de saúde conta com alarme que é disparado com o acionamento dos sensores de presença, porém, eles foram arrancados;
4. O contrato com a empresa prestadora do serviço de segurança eletrônica foi encerrado em outubro. Conforme cláusula contratual, o monitoramento continua pelo período de 90 dias;
5. O serviço de monitoramento eletrônico das unidades ocorre por alarme que, quando é disparado, a Guarda Municipal é acionada;
6. Uma nova licitação já está em andamento para contratação da empresa que prestará o serviço. O pregão para apresentação das propostas pelas empresas interessadas está marcado para o próximo dia 20/11. Os prazos seguem o que é previsto na legislação.
Dom Bosco
Nesta segunda-feira (5), uma tentativa de assalto assustou servidores do Centro de Saúde do Bairro Dom Bosco, Noroeste da cidade. O crime aconteceu no ginásio poliesportivo do bairro, localizado ao lado da estrutura pública.
De acordo com a polícia, um homem conhecido como Lalá tentou assaltar duas mulheres. Porém, elas gritaram por socorro, o que motivou a reação de um homem próximo ao fato. O suspeito fugiu do local.
Ao comparecer ao endereço, a polícia foi informada por testemunhas sobre as características do suspeito. Os policiais localizaram a avó do envolvido, que o denominou como Fabrício Augusto de Melo Alves, conforme o boletim de ocorrência.
Segundo a PM, há um mandado de prisão em aberto contra o suspeito. Contudo, ele não foi localizado.