O avião que caiu e matou os médicos Marcos Nogueira Chagas, 45 anos, a mulher dele, Carla Giannine Pereira Medina, 44, e os três filhos do casal, de 7, 10 e 13 anos, também carregava um pouco das preocupações de Marcos com a família. Ele comprou o monomotor havia três meses para facilitar as viagens entre Brasília e Varginha (MG), onde mora boa parte dos parentes. A ideia era que a ponte aérea ajudasse as visitas ao pai, 81, e à mãe, 79.
O acidente aconteceu na primeira viagem da família completa para Varginha com o monomotor. Marcos pilotou a aeronave rumo à cidade natal na sexta-feira, sem nenhum problema no trajeto, e decolou o avião no aeroporto da cidade para voltar a Brasília no domingo, às 9h45. Os funcionários do terminal aeroviário de Patos de Minas (MG), no Alto Paranaíba, contam que o avião passou pelo local em baixa altitude. O monomotor caiu a cerca de 1,5km dali.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 3) acompanha o caso. Até o momento, a equipe fotografou o avião destruído, retirou partes da aeronave para análise e ouviu relatos de testemunhas. Mas não há conclusões a respeito do acidente.
Os corpos das vítimas foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Patos de Minas na manhã de ontem. O IML constatou que a causa da morte das cinco vítimas foi politraumatismo. Por causa da distância — cerca de 450km entre a cidade do Alta Paranaíba até o Sul de Minas — os corpos chegaram após o fechamento do Cemitério Municipal de Varginha e desde ontem são velados na Associação Médica de Varginha. O enterro será às 9h de hoje.
Solidariedade
A Secretaria de Saúde, em nota, prestou condolências às famílias das vítimas. “Nesse momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares, ratificando nosso voto de pesar pela perda e agradecimentos ao trabalho prestado à saúde pública do DF”. O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, trabalhou com Marcos no Hospital Santa Marta, em Taguatinga. “Lembro quando eu troquei de carro, quase na mesma época que ele. Pouco tempo depois, não me adaptei muito bem, eu mudei de novo de carro, e o Marcos, que nem tinha se acostumado direito com o carro novo, ficou me enchendo a paciência. Toda semana era: ‘Ô, Gutemberg, trocou de carro de novo?’”
O Aeroclube de Varginha e o Colégio Olimpo, onde os filhos do casal estudavam, também emitiram nota pública de pesar pela morte dos familiares.