Depois de buscar o apoio da Grã-Bretanha, por meio de um protesto no Centro de Londres e da ação protocolada na Corte de Liverpool pelo escritório anglo-americano SPG Law, os atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão puderam relatar seus anseios e temores à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sediada em Washington. Ontem, os moradores se reuniram por cerca de 15 minutos com a presidente da CIDH, a jamaicana Margarette May Macaulay, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). O encontro foi visto de maneira divergente entre os presentes: enquanto a Cáritas Regional Minas Gerais valorizou o gesto da comissão, parte dos atingidos se decepcionou com a curta duração curta do evento.
No entanto, o evento não atendeu às expectativas dos atingidos. Presente ao encontro, Simária Quintão, moradora de Bento Rodrigues, lamentou o curto tempo dedicado à pauta. “Quando a pessoa vem de fora para ouvir uma causa, ela precisa ter tempo para isso. Se ela vem apressada, só leva fotografias para dizer que veio e nos ouviu, mas, na verdade, nem sequer conversou conosco. Foi uma decepção para todos nós”, criticou.
Na visão da Cáritas, contudo, é preciso valorizar o significado simbólico do encontro. “Se o tempo fosse maior, seria positivo para todos nós. Porém, precisamos ressaltar o esforço da comissão. A gente entende que poderia ter sido melhor, mas precisamos valorizar o tempo deslocado para os atingidos em uma agenda tão apertada da CIDH. A comissão vai ficar poucos dias por aqui”, ressaltou Gladston Figueiredo.
A comissão fica no Brasil até o dia 12 e, até lá, vai passar pela Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo, além do Distrito Federal.