Jornal Estado de Minas

Construção da Catedral Cristo Rei completa cinco anos

Coração de concreto irrigado pela fé, pulsando na força do trabalho e cada vez mais vivo como fruto da corrente de doações. Sonho antigo dos católicos, a Catedral Cristo Rei, projeto da Arquidiocese de Belo Horizonte, completa cinco anos de construção com avanços e transformações na paisagem da Região Norte. Na manhã de ontem, o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo mostrou o andamento da obra a cerca de 60 padres de paróquias ligadas à arquidiocese, com uma novidade que tem sabor de vitória: o momento de oração coletivo ocorreu no espaço de 2,8 mil metros quadrados, parte dos nove setores do complexo Cristo Rei, o qual vai abrigar oficinas profissionalizantes dedicadas aos pobres, sacristia, museus, auditório para 800 pessoas, que receberá eventos para promover a inclusão educativa e cultural das comunidades e locais de evangelização. “Este é o coração da catedral, o mais belo espaço deste projeto de arquitetura e engenharia”, orgulhou-se o arcebispo.


A expectativa é de que o templo em construção no terreno da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Juliana, onde já existe a Tenda Cristo Rei, esteja pronto para as primeiras celebrações no prazo de três anos. “Entre 11 de fevereiro de 2021 e 11 de fevereiro de 2022, vamos comemorar os 100 anos da arquidiocese. Então, acreditamos, será possível concretizar o sonho do primeiro arcebispo de BH, dom Antônio dos Santos Cabral (1884-1967)”, destacou dom Walmor.


Com as doações, capitaneadas pela campanha Praça das Famílias da Arquidiocese de BH, já foram investidos R$ 50 milhões na construção da catedral, que segue o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). “Até agora, concluímos um terço da obra, com ações desenvolvidas em total transparência e totalmente voluntária”, reforçou o arcebispo, conclamando a comunidade a continuar participando a fim de terminar os serviços, pois serão necessários mais R$ 100 milhões.”Trata-se de um marco histórico na capital e região metropolitana. O complexo Cristo Rei vai reunir cultura, solidariedade, comunicação e serviços, com um braço no acolhimento às pessoas necessitadas”.


Lembrando que o projeto está sendo conduzido num período de “crise econômica, ética e moral”, dom Walmor deixou uma mensagem à sociedade, já que se aproximam o fim do ano e a posse dos novos presidente da República e governador estadual.

“Precisamos de uma grande mudança civilizatória, no modo de ser, agir, dialogar e interagir. É necessário haver o respeito às diferenças, que são uma grande riqueza, e procurar as bases de um novo tempo com todos os segmentos, e a Igreja Católica é fundamental com os trabalhos de evangelização. Então, vamos discutir sem polarização e sem violência, o que é fundamental”, afirmou.


COBERTURA
Presente ao momento de orações e à visita à catedral, na manhã chuvosa de ontem, o engenheiro civil da obra, Antônio Márcio de Freitas, explicou que estão concluídos os serviços de contenção e terraplenagem, bem como 95% das fundações. Ele disse se tratar de um grande progresso a conclusão da laje dupla com espessura de 1,16 metros, que cobre a sacristia, museus e auditório, e será o piso da Praça das Famílias – o espaço terá gravados futuramente, nas contas de um rosário, os nomes e cidade das pessoas que colaboram com o projeto. Além do piso da nave, foram erguidas duas paredes do templo: uma vai receber mosaicos bizantinos, e, na outra, estará o órgão de tubos.


A construção dos pórticos de 100 metros de altura poderá ocorrer no ano que vem, mas também é possível que as obras se concentrem nos ambientes entre os setores da Acolhida Solidária e a nave da catedral, para formar a grande esplanada da Praça das Famílias. A definição será no início do próximo ano e dependerá do planejamento orçamentário. Mostrando a laje, Antônio Márcio ressaltou que, de um pilar a outro do auditório, são 36 metros de vão-livre.

“No meio do auditório, não pode haver pilares.” Durante o encontro, os padres puderam fazer perguntas sobre a obra, prazo e outras questões que serão transmitidas aos fiéis.


DINÂMICA
Iniciada em 2013, dois anos depois de instalada uma cruz de 20 metros de altura, que pode ser vista da Avenida Cristiano Machado, a construção da Catedral Cristo Rei segue o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer no compasso das ajudas voluntárias. Na estrutura sob a Praça das Famílias, em formato ovalado, haverá uma série de setores de evangelização e prestação de serviços, como a Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida, o auditório com 800 lugares, museus, escola de música e especializada na arte dos mosaicos, entre outros. A evangelização, por sinal, começou em 2015, no canteiro de obras, ao ser erguida a Tenda Cristo Rei, aberta diariamente e com programação que inclui missas, orações do terço e atendimento de confissões.


Quem quiser colaborar, com doação de qualquer valor, pode usar também a internet, no site www.catedralcristoreibh.com.br/doa.
Informações: (31) 3269-3100.

 

Templo em construção

» A Catedral Cristo Rei terá capacidade para 5 mil pessoas sentadas (parte interna). Em grandes eventos, poderá receber até 20 mil

» Serão 44 mil metros quadrados de área construída, considerando-se o templo, três andares abaixo da praça e estacionamento. O terreno de propriedade da arquidiocese tem 22,4 mil metros quadrados

» O monumento terá dois pórticos com 100 metros de altura, campanário com 40 metros e sete sinos, além de uma cruz de 20 metros, tudo na cor branca

» Os investimentos estimados são da ordem de R$ 150 milhões. Até agora, com um terço da obra concluída, foram empregados R$ 50 milhões

» A atual Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, que vem funcionando em caráter provisório, continuará como Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua

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