Jornal Estado de Minas

'Tem que pegar o cara que invade um posto de saúde e espancar', afirma Kalil após nova ocorrência


A escalada da violência nos equipamentos de saúde de Belo Horizonte teve continuidade nesta sexta-feira (9). Durante o período da manhã, funcionários do Centro de Saúde Carlos Chagas, localizado na Avenida Francisco Salles, Bairro Santa Efigênia (Leste da capital), chegaram para trabalhar e se depararam com o portão de acesso à unidade arrombado. No interior da estrutura, novos sinais de invasão e 53 caixas do antibiótico amoxicilina furtadas, segundo o boletim de ocorrência. O alarme também foi arrancado. 

Esse foi o quarto caso de violência em equipamentos de saúde desde sábado (3), quando o Centro de Saúde Jaqueline II foi arrombado. Nessa quinta, um médico de plantão foi agredido na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova, após desentendimento com um acompanhante com sinais de ingestão de bebida alcoólica. Nessa quarta, novamente o Bairro Jaqueline, no Norte da cidade: o centro de saúde I foi invadido e os suspeitos roubaram uma televisão. 

O caso mais recente aconteceu no mesmo dia em que o prefeito Alexandre Kalil (PHS) compareceu ao Bairro Vera Cruz, no Leste da cidade, para inaugurar um novo centro de saúde. Na ocasião, o ex-presidente do Atlético afirmou que o problema é uma “questão de educação”. “Não é pôr polícia.
A população tem que pegar um cara que invade um posto de saúde, levar em um canto, e espancar ele”, disse o chefe do Executivo municipal. 

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), os equipamentos de saúde de BH “estão cada vez mais vulneráveis à violência com a interrupção do serviço de vigilância eletrônica, no mês passado, devido ao fim do contrato entre a PBH e a empresa”.

Em contato com o em.com.br nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) confirmou que o contrato terminou, porém ressaltou que, “conforme cláusula contratual, o monitoramento continua pelo período de 90 dias”. A SMSA também disse que “uma nova licitação já está em andamento para contratação da empresa que prestará o serviço”.

Contudo, o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed) salienta que há melhorias além do monitoramento por câmaras. O secretário-geral da categoria, André Christiano dos Santos, defende a instalação de vigias fixos nos equipamentos de saúde, além de patrulhamento mais frequente da Guarda Municipal. 
 

Vera Cruz 

A unidade do Bairro Vera Cruz saiu depois de quatro anos de obras paradas. A intervenção foi iniciada em novembro de 2011 e interrompida em 2013, devido a problemas de falência com as empresas licitadas para a construção.
 
Durante esse período, foi feita a fundação da unidade. Para dar prosseguimento à construção e garantir mais conforto sod usuários e trabalhadores, em 2017 se abriu uma nova licitação. Os investimentos foram de R$ 2,2 milhões.
 
Agora, a unidade conta com 822m² de área construída, 12 consultórios, duas salas de reunião, sala de espera, odontologia e vacina. Cinco equipes de Saúde da Família, todas completas, dois pediatras, clínico geral, dentistas, farmacêutico e equipe de saúde mental, composta por psiquiatra, psicólogo e assistente social também se instalaram na estrutura.

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