Jornal Estado de Minas

Defesa Civil não interditará Hospital Hilton Rocha, mas monitoramento será diário

Em corredores e pilares é possível notar fissuras e abalos, assim como anotações de datas de monitoramento das estruturas, que preocupam comunidade hospitalar - Foto: Juarez Rodrigues/EM/DA PressA Defesa Civil de Belo Horizonte, com apoio de outros órgãos de fiscalização da prefeitura, fez na manhã desta terça-feira a vistoria no Hospital Hilton Rocha e nas obras do centro de oncologia da Oncomed – que está sendo construído no terreno do hospital, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da capital. O imóvel não precisará ser interditado, mas contará com monitoramento diário. Apesar de não ser encontrada nenhuma irregularidade, as rachaduras visíveis no teto, paredes e piso assustam a população. 

"A conclusão que se chegou é que não há risco que justifique a interdição do prédio. Há segurança para as pessoas permanecerem sendo atendidas. Mas, é importante que todo o complexo seja monitorado. A empresa (Oncomed)  foi notificada e deve manter o monitoramento diariamente para verificar a evolução do processo. Eles estão usando o que há de mais moderno em tecnologia no país", explicou o Coronel Alexandre Lucas, secretário de Defesa Civil de BH. Ainda segundo ele, a corporação vai manter dia sim, dia não, uma vistoria do local.

O órgão municipal cumpriu uma ordem da Justiça, que concedeu à Fundação Hilton Rocha tutela de urgência, pedida sob argumento de risco a pacientes e funcionários da instituição de saúde. Isso depois do rompimento da tubulação do gás de cozinha e de canos de água, há cerca de 10 dias, supostamente associado à construção vizinha.
A vistoria foi feita por técnicos da própria Defesa Civil em conjunto com a Associação Brasileira de Mecânica de Solo (ABMS) e Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece).

 

Entretanto, a movimentação do hospital foi detectada. "Existe a movimentação, mas ainda não sei te falar a causa. Trata-se de uma movimentação que a estrutura de engenharia construtiva absorve por enquanto com segurança. (...) Se houver uma movimentação maior do que a estrutura construtiva absorve, nós não seremos irresponsáveis de deixar as pessoas trabalhando sem segurança. Vamos interditar", explicou.  De acordo com ele, o quadro deve evoluir até encontrar o ponto de equilíbrio. 

 

O órgão municipal cumpriu uma ordem da Justiça, que concedeu à Fundação Hilton Rocha tutela de urgência, pedida sob argumento de risco a pacientes e funcionários da instituição de saúde - Foto: Larissa Ricci/ EM/DA PressUma das rachaduras, na pilastra de um corredor que dá acesso à portaria, está sendo monitorada desde o último dia 24. Ela segue ao longo de toda a altura da parede e continua perpendicularmente, por toda extensão do piso. Desde o dia 5 deste mês, quando a abertura já media 0,4cm, são feitas medições diárias, anotadas na parede.

Na quinta-feira passada, houve nova alteração – 0,6cm às 15h30 e, no dia seguinte, às 8h30, 0,9cm. Como essas, há medições com acompanhamento em várias outras rachaduras espalhadas pela estrutura do prédio.

No domingo, a Defesa Civil de BH esteve no local para avaliar o prédio. "No domingo, nosso engenheiro veio, fez a vistoria e constatou que não havia risco. Mas, para tranquilidade de todos, porque sabemos que as trincas e rachaduras causam o medo justificado nas pessoas, nós resolvemos fazer nova vistoria", pontuou. 

Por meio de nota, a Oncomed informou "que monitora de forma continua o edifício da Fundação Hilton Rocha a fim de preservar de forma integral a edificação, se certificando que a obra do hospital não interfira ou prejudique a operação do local. Confirmamos ainda que de acordo com pareceres técnicos e o último posicionamento da Defesa Civil, não foi constatado riscos a segurança da edificação." 


O Estado de Minas aguarda o retorno da Fundação Hilton Rocha.

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