Na capital e no interior de Minas, as famílias já começam a preparar a casa para as festividades do Natal: é hora de abrir os armários e retirar das caixas as figuras bíblicas, bichinhos e demais peças do presépio, que será montado na sala ou na varanda. Cada um procura fazer melhor que pode para saudar a chegada do Menino Jesus e receber os amigos nas celebrações. E para valorizar a tradição e a arte popular, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) lançou, ontem, a terceira edição do Circuito de Presépios e Lapinhas de Minas Gerais, em parceria com os municípios mineiros.
De acordo com informações dos organizadores, as cidades, para participar, devem se cadastrar no site www.iepha.mg.gov.br até o dia 30 de novembro. A exposição e a visitação serão parte da contabilização da pontuação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Patrimônio Cultural. Em nota, a direção do instituto explica que, com a ação em conjunto, os municípios criam um roteiro de visitação em todo o território de Minas, compartilhando seus presépios residenciais e comunitários. No ano passado, 295 presépios e lapinhas foram cadastrados, com a participação de 127 municípios.
Quem não puder visitar, poderá ter uma oportunidade digital: após o cadastramento, os presépios serão reunidos em um guia online, disponibilizado no site do Iepha.
MOSTRA Cidade nascida nos tempos coloniais, Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terá seu Circuito de Presépios, com abertura em 14 de dezembro e término em 6 de janeiro. Os interessados podem procurar o historiador Marco Aurélio Fonseca, na Secretaria Municipal de Cultura, no Solar da Baronesa (Rua Direita, 408, no Centro). Marco Aurélio explica que os moradores abrem as casas para a visitação no período natalino, um costume que vem do século passado, embora o cadastramento de presépios seja mais recente. Informações pelo telefone: (031) 3641-4791.
Já na “cidade dos profetas”, na Região Central de Minas, está em cartaz, no Museu de Congonhas, a exposição Presépios do Brasil, com 30 exemplares feitos de diversos tipos de material, como madeira, pedra-sabão e fuxico e pertencentes à Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop).
SIGNIFICADO A palavra presépio significa estábulo, manjedoura. São Francisco de Assis iniciou a tradição em 1223, nas redondezas de Greccio, Itália, com o objetivo de celebrar o Natal da maneira mais realista possível. Com a autorização do papa, ele montou um presépio de palha usando uma imagem do Menino Jesus, um boi e um jumento vivos perto dela. A ideia rapidamente se estendeu por toda a Itália, especialmente nas casas dos nobres e mais pobres. Na capital e interior de Minas, a tradição de fazer presépios continua cada vez mais viva. As famílias se unem para retirar as figuras das caixas, desdobrar os panos enfeitados com esmeril e caquinhos de vidro, que formam as montanhas, buscar areia e pedras para montar a estrutura e, claro, contar histórias e se recordar dos antepassados.
Palestra sobre Ouro Preto
O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais promove sessão especial no sábado, às 10h, em sua sede, na Rua Guajajaras, 1.268, no Centro de Belo Horizonte. O destaque será a palestra “O ano do patrimônio cultural em Ouro Preto”, proferida pelo secretário de Cultura e Patrimônio do município mineiro, advogado Zaqueu Astoni.