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Estado de Minas

Justiça mantém venda de animais no Mercado Central, mas impede abertura de novas lojas

Atualmente, 14 lojas atuam nesse ramo no Mercado Central, oito na venda de cães, gatos, aves e roedores e seis com aquários


postado em 14/11/2018 13:16 / atualizado em 14/11/2018 15:31

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 11/11/2016)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press - 11/11/2016)


Por dois votos a um, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu manter a venda de animais no Mercado Central. Nesta quarta-feira, desembargadores julgaram o pedido de proibição que estava suspenso desde 2016. 

A sessão foi realizada nesta manhã na 8ª Câmara Civel. Segundo o TJMG, a desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto, e o desembargador-relator Carlos Roberto de Faria votaram por permitir a venda. O desembargador Fábio Torres votou contra. 

Além do Ministério Público de Minas Gerais, que é contra a venda de animais vivos no local, advogados que representam os comerciantes também se manifestaram na sessão, que foi acompanhada por integrantes do Movimento Mineiro dos Direitos Animais (MMDA). 

O Tribunal explica que os desembargadores deram provimento parcial ao pedido, isso porque apesar de manter o funcionamento das lojas que atuam hoje no local, a Justiça mineira proibiu a abertura de novos estabelecimentos para comercializar animais e a reabertura de outros que já haviam fechado.

Atualmente, 14 lojas atuam nesse ramo no Mercado Central, oito na venda de cães, gatos, aves e roedores e seis com aquários. 

Defesa dos animais

Em entrevista ao Estado de Minas, a coordenadora do Movimento Mineiro dos Direitos Animais, Adriana Araújo, contou que o movimento mineiro continua forte para que esse comércio não invista mais no Mercado Central. “As condições que os animais ficam é inaceitável, eles estão sem espaço, sem luz solar, animais que são conflitantes no mesmo ambiente, cachorro perto de gato, gato perto de passarinho. Nosso posicionamento é de resistência. O Mercado Central que é um lugar maravilhoso teria que proibir esse comércio. Muitos turistas, principalmente estrangeiros, visitam o mercado e ficam estarrecidos ao ver os animais nessas condições.”

Adriana ainda alerta a população para denunciar os casos de animais comprados no local que apresentaram doenças “a gente trabalha muito por denúncias, incentivamos que as pessoas denunciem nas redes sociais e registrem boletim de ocorrência.”

Confira a íntegra da nota divulgada pelo Movimento Mineiro dos Direitos Animais, após decisão do TJMG:

“Até quando um dos principais pontos turísticos de BH vai ter sua imagem manchada pelo corredor da vergonha? Até quando o lucro de poucos às custas do sofrimento de muitos vai ser legitimado? Até quando as questões sanitárias do Mercado Central vão seguir à margem da lei? 

O Movimento Mineiro pelos Direitos Animais - MMDA informa que se  manterá fortemente mobilizado pela proibição do condenado comércio de animais vivos no Mercado Central de Belo Horizonte até que este desafio seja superado.

O MMDA vai prosseguir com a pressão popular,  controle social, continuará denunciando nas redes sociais e registrando Boletins de Ocorrência quanto a todo tipo de maus tratos aos animais praticados  naquele calabouço da crueldade, naquele corredor onde tantos seres agonizam e muitos são comercializados doentes. 

Tais provas serão fundamentais e deverão ser juntadas à Ação Civil Pública em que três Promotorias de Justiça defendem a proibição desse nefasto comércio de indefesos - Meio Ambiente, Saúde e Consumidor.”

Proibição em 2016

Em 2016, o juiz da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal, Rinaldo Kennedy Silva, havia proibido a entrada imediata de novos animais no estabelecimento e determinado a retirada planejada dos bichos ali existentes em 10 dias. O prazo venceu, mas com o efeito suspensivo do TJMG os comerciantes poderiam continuar comercializando os bichos normalmente, até a decisão final da Justiça.

A liminar do juiz Rinaldo Kennedy é resultante de uma ação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que entende que o tratamento dos animais é inadequado e que também há problemas relacionados à saúde pública.

Na época, nove lojas questionaram a decisão judicial e tiveram parecer favorável. Em 15 de novembro daquele ano, o desembargador Vítor Inácio Peixoto Henrique recebeu o agravo durante o plantão e deferiu o efeito suspensivo. No dia 18, o desembargador Carlos Roberto de Faria, manteve a decisão e suspendeu os efeitos da liminar até que o mérito fosse julgado


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