Jornal Estado de Minas

Memorial Minas Vale e Edifício Niemeyer recebem novas pinturas na Praça da Liberdade


Os prédios do Memorial da Vale e dois residenciais, entre eles o Edifício Niemeyer, estão passando por processo de pintura em suas fachadas, mantendo suas cores originais, dentro do projeto de revitalização da Praça da Liberdade e do Circuito Cultural Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Os tapumes que cercam as obras do prédio do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas (Iepha), antiga Secretaria de Viação e Obras Públicas, estão ganhando painéis executados por alunos de artes visuais do projeto Valores de Minas.



O edifício que abrigou a Secretaria de Estado de Educação e onde hoje funciona o Museu de Minas e Metais foi repintado no mês passado. O Memorial da Vale teve os trabalhos iniciados há uma semana e a previsão é que termine na próxima semana, segundo a pintora Amanda da Silva Ramos, da Prismatec Projetos, empresa contratada para o serviço. A pintura no local é realizada a cada quatro anos.

Para o Memorial da Vale, o processo de pintura obedece às cores originais do prédio, fundo branco e paredes com sobretons de marfim e areia. A pintura é executada com máquina elétrica, o que permite economizar com mão de obra (dois pintores são suficientes para operar o equipamento) e reduz o uso de tinta em 70%, explica o supervisor da obra Edson Gonçalves da Silva.

Prosseguindo com as pinturas que decoram os tapumes que cobrem das obras em toda a praça, a professora de artes visuais do projeto Valores de Minas, Lygia Peçanha, coordena um grupo de 20 alunos em dois turnos, que trabalham sobre diversas temáticas. O grupo participou do painel do Museu Mineiro sobre a trajetória da mulher negra. No prédio do Iepha, o painel central gira em torno da espiritualidade indígena, escolhido coletivamente; as pinturas laterais são temas de iniciativa individual.



Praça da Liberdade foi fechada em 1º de julho para obras de revitalização dos locais que compõem o Circuito Cultural formado por 16 espaços. Na ocasião, o Iepha anunciou que o edifício da antiga Secretaria de Viação e Obras Públicas (conhecido como prédio verde), fechado desde a administração estadual passada, abrigará a Casa do Patrimônio, projetada para receber galerias de exposições e ateliê de restauração, com possibilidade de visitação e áreas destinadas para ações institucionais ligadas ao patrimônio histórico de Minas.

O conjunto de obras inclui revitalizações nas fachadas do próprio prédio verde, além dos edifícios que abrigam o Museu Mineiro, o Arquivo Público Mineiro, o coreto da Praça da Liberdade e o muro e as grades do Palácio da Liberdade. Parcerias com as empresas Coral, Casa & Tinta, Grupo Orguel e com o Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Grais (Sicepot/MG) viabilizaram as novas pinturas, por meio do programa Tudo de Cor. Serão executadas obras na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais e no Anexo Professor Francisco Iglesias. Serão R$ 5 milhões para a reforma desses dois espaços.

HISTÓRIA


Tombada pelo Iepha e pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) como Conjunto Monumental do Centro Cívico do Governo de Minas Gerais, a Praça da Liberdade está presente na memória afetiva da população desde o período da sua construção, de 1895 a 1897, época também da inauguração da capital mineira, projetada pelo engenheiro Aarão Reis. Construída inicialmente sob a influência do paisagismo inglês naturalista, a praça passa por sua primeira grande reforma no ano de 1920, quando adota o estilo francês, inspirado nos jardins de Versailles, por ocasião da importante visita dos reis da Bélgica em BH. Por estar situada na convergência das avenidas Cristóvão Colombo, João Pinheiro – antiga Avenida Liberdade –, Brasil e Bias Fortes, a Praça da Liberdade se torna o local favorito dos mineiros e dos turistas que passam pela cidade. Disposta simbolicamente no centro de uma arquitetura marcante, que reúne construções ecléticas, modernistas e pós-modernistas.



As intervenções incluem também a reformulação do sistema de iluminação, pela PBH. O Iepha e a Vale são responsáveis pela restauração do coreto, da estátua Ninfa e do piso da pista de caminhada, e a reinstalação das placas de monumentos e a reformulação do mobiliário que será substituído por equipamentos com padrões arrojados de design, com a renovação de bancos e lixeiras. Também será feita a requalificação dos jardins e melhorias do sistema de irrigação, que será substituído por um novo. Essa iniciativa conta a parceria da Cemig. Está previsto ainda o replantio de mudas, conforme o plano de manejo e a requalificação do sistema de bombeamento e estrutura civil das fontes.