Jornal Estado de Minas

Chuva destrói escola municipal em Venda Nova; confira os estragos do temporal em BH


Depois dos momentos de terror vividos por moradores e comerciantes da região de Venda Nova , em Belo Horizonte, após o temporal da noite dessa quinta-feira, a manhã desta sexta-feira foi de contabilização dos prejuízos trazidos pela enchente.



Na Escola Municipal Francisco Magalhães Gomes, que fica em frente à linha férrea do metrô na Avenida Vilarinho, a água invadiu praticamente toda a área do primeiro andar da instituição. Salas de aula foram destruídas e o pátio e a quadra foram tomados pela lama.

A água também invadiu o cômodo onde ficavam guardados os mantimentos para preparo da merenda escolar dos alunos, inviabilizando praticamente todos os alimentos. "Ainda não sabemos qual vai ser o impacto para as aulas. Estamos fazendo a limpeza para reomar as atividades. É uma pena, pois essa semana tínhamos várias atividades marcadas para acontecer aqui na escola", diz a vice-diretora, Zuleika Rufino.

Neste ano, a cantina da escola passou por uma reforma, mas a água causou grande estrago no local. "Trabalho aqui há 25 anos e é a segunda vez que vejo uma enchente desse tamanho. É uma tristeza danada principalmente pelas vidas que se perderam", diz a cantineira Maria Márcia Luciana Silva Oliveira. 





Os estragos se concentraram ao longo da Avenida Vilarinho, desde o ponto do viaduto da Avenida Pedro I até a Avenida Cristiano Machado, passando pelas estações do Move e do metrô Vilarinho, e também da Rua Doutor Álvaro Camargos, que teve várias placas de asfalto arrancadas e tampas de bueiro soltas.

O que mais impressionou moradores e comerciantes da região foi a altura alcançada pela água. Há relatos de até dois metros de alagamento. Praticamente todos os estabelecimentos na Vilarinho foram invadidos pela água, mesma situação da Álvaro Camargos.

O comerciante Robert Saff, 38 anos, perdeu cerca de R$ 40 mil em mercadorias (foto: Paulo Filgueiras/EM )

O comerciante Robert Saff, 38 anos, perdeu cerca de R$ 40 mil em mercadorias, como água, balas, chips, pipoca e demais guloseimas. "A situação aqui é  reincidente. Não temos mais condições de ficar nesse local. Vou apenas esperar para colocar as ideias no lugar para procurar outra alternativa para o meu negócio. A vida é feita de recomeço".



Já o vigilante Eder da Costa Rosa, 32, teve que ajudar a mulher, já que o veículo do casal foi completamente submerso dentro de um estacionamento em frente aoShopping Estação. "Minha esposa foi ao cinema com minha filha e deixou o carro nesse estacionamento. Quando foi sair do shopping não conseguiu nem chega, ficou na passarela do lado de fora olhando a inundação", afirma. Vários carros dentro do estacionamento foram inundados e a lama tomou conta do espaço.

A chuva também arrastou e empilhou carros na Avenida Vilarinho. O pedreiro Luis Sales dos Santos, 49 anos, foi surpreendido pelo temporal quando estava dentro do carro. Veja o relato no vídeo abaixo:



Mortes na Vilarinho

O drama dos carros arrastados na Avenida Vilarinho dessa vez não ficou restrito apenas aos danos materiais. Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e a filha Sofia Pereira, de 6, foram encontradas mortas dentro de um Palio arrastado pela correnteza no cruzamento das avenidas Vilarinho e Cristiano Machado. O carro foi deslocado para a linha férrea do metrô, na parte inferior do Shopping Estação.

Novo alerta

A Defesa Civil voltou a emitir, nesta sexta-feira, alerta para pancadas de chuva e rajadas de vento em Belo Horizonte. Segundo o comunicado, pode chover de 40 a 60 mm e a velocidade dos ventos pode chegar a 50 km/h. O alerta é válido até as 8h deste sábado.




Sem energia


O temporal registrado em Belo Horizonte também deixou alguns bairros de Belo Horizonte sem luz. Moradores da Rua Dante, no Bairro São Lucas, na Região Centro-Sul de BH, estão sem energia elétrica desde a madrugada desta sexta-feira. Ainda segundo moradores, a Cemig esteve no local por volta das 6h, mas nenhum reparo foi feito. No Bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha, também foram registradas várias quedas de árvores e algumas casas ficaram alagadas. A reportagem entrou em contato com a Cemig, mas ninguém atendeu as ligações.


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