Prefeitos de 39 municípios mineiros se reuniram na tarde de ontem, em Belo Horizonte, para discutir o pagamento pela Fundação Renova das despesas extraordinárias das cidades após o rompimento da Barragem do Fundão, ocorrido em novembro de 2015. Líder dos atingidos, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), informou que uma contraproposta será apresentada hoje à Renova pelas administrações municipais. Nela, os prejudicados pelo desastre vão exigir a continuidade das ações na Justiça brasileira e nas cortes da Inglaterra e do País de Gales, assim como o pagamento dos R$ 53 milhões acordados entre as partes para a quitação dos custos excepcionais. Os repasses, no entanto, poderão ser subtraídos dos valores alcançados na Grã-Bretanha e no Brasil, assim que essas ações forem finalizadas.A suspensão desses processos é uma contrapartida pleiteada pela Fundação Renova para efetuar o repasse, mesmo ele sendo obrigatório. Dessa quantia, cerca de R$ 6,3 milhões iriam para Mariana.
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Inicialmente, o valor exigido pelos municípios para o pagamento das despesas extraordinárias alcançava R$ 83 milhões. Contudo, a quantia diminuiu após discussões entre as partes. Conforme a Renova, “foram identificadas dificuldades de comprovação de várias despesas”.
Das 39 cidades que têm direito ao recurso, 21 decidiram aderir ao processo internacional movido pelo escritório anglo-americano SPG Law. Os R$ 53 milhões eram vistos como primordiais pelas prefeituras para o pagamento dos vencimentos de fim de ano, como o 13º dos servidores, devido à crise financeira do estado. Ontem, o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda (MDB), entregou pedido de intervenção federal em Minas ao governo federal, em razão dos atrasos de repasses do governo do estado para as prefeituras. (GR)
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