A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) vai publicar hoje decreto emergencial constituindo um grupo de trabalho com a promessa de resolver definitivamente o problema de enchentes na Avenida Vilarinho, em Venda Nova. O prefeito Alexandre Kalil (PHS) informou que até julho começam as obras na região, que devem ser terminadas até dezembro. Até segunda-feira, não havia sequer previsão do início das obras e a expectativa era de que elas estivessem encaminhadas até 2020. Projeto das intervenções é esperado para os próximos dias. “Não vamos resolver problema de chuva e morte com sirene, mas com máquinas e intervenção”, disse ontem em entrevista coletiva. O município vai declarar ainda situação de emergência nas áreas afetadas pelo desastre de quinta-feira passada.
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A partir de julho, o prefeito quer todas as máquinas nas ruas para evitar tragédias como ocorreram na quinta-feira, quando três pessoas morreram durante um temporal. Fuad Noman informou que a preferência é pela contratação de empresa que faça o projeto e o execute simultaneamente. Ele acrescentou que o dinheiro está garantido: “Não tem limite e os recursos serão o que for necessário”. Ele disse que a Prefeitura tem dinheiro em volume significativo para começar a obra e, caso haja necessidade de complementação, o município poderá recorrer a instituições financeiras. Não haverá licitação para o projeto nem para obras. A empresa será contratada com dispensa de licitação.
A expectativa é concluir o projeto emergencial até julho para que até dezembro haja tempo de fazer as obras necessárias. “Faremos todo o esforço ano que vem para que não tenha nada como o ocorrido na semana passada”, afirmou Noman. “A Vilarinho é uma região adensada, complexa, em que a bacia se apresenta no próprio local. Não tem solução óbvia. Ações paliativas a Sudecap já está fazendo, mas elas não vão resolver problemas de enchentes”, acrescentou.
O presidente da Sudecap, Henrique Castilho, destacou que o objetivo é a solução definitiva. “Estudos estão sendo feitos desde o início do governo Kalil e temos agora condições de resolver de vez. Houve uma chuva abundante, vamos executar e fazer acontecer de qualquer maneira. Há um trabalho com a Defesa Civil de monitoramento diário. Mais do que isso, é obra”, relatou.
De acordo com o secretário, está mantido o que foi anunciado anteontem pelo coordenador da Defesa Civil de BH, coronel Alexandre Lucas. Uma das frentes é tentar aumentar o poder de persuasão para convencer a população a não entrar em áreas sujeitas a inundações durante temporais – alerta que já é feito com uso de placas e faixas em pontos críticos. Outra possibilidade é a instalação de sirenes no entorno da Avenida Vilarinho, onde se concentraram os problemas na última tempestade. O objetivo é acionar alarmes sonoros e luminosos em determinados pontos, para alertar motoristas e tentar evitar que sejam surpreendidos pela subida repentina da água.
MORTES Depois de cinco dias de buscas foi encontrado na manhã de ontem um corpo no Córrego Vilarinho que pode ser do jovem desaparecido desde o temporal de quinta-feira. Jonnattan Reis Miranda, de 28 anos, pulou na enchente da Avenida Vilarinho. A família é do interior de Minas e se mudou para BH para tratamento do rapaz, que sofre de esquizofrenia grave desde a infância. Segundo a Polícia Civil nenhum familiar compareceu à corporação para identificar o corpo até o fechamento desta edição.
Também morreram Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e a filha Sofia Pereira, de 6, encontradas dentro de um carro arrastado pela correnteza no cruzamento das avenidas Vilarinho e Cristiano Machado. Além delas, perdeu a vida ainda a adolescente Anna Luísa Fernandes de Paiva, de 16 anos, que foi sugada por um bueiro aberto ao descer de um carro na Rua Doutor Álvaro Camargos, que estava alagada.