Jornal Estado de Minas

Família decide doar córneas de adolescente agredido no Instituto de Educação

 

As córneas do adolescente Luiz Felipe Siqueira, de 17 anos, serão doadas para transplante, segundo informações da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). O estudante do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) morreu na manhã desta terça-feira (20), no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, após ser agredido por Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18, também aluno do IEMG.


O corpo de Luiz Felipe foi buscado pelos familiares na noite desta terça, após ser liberado pelo Instituto Médico Legal (IML). O jovem será velado em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, e enterrado no cemitério Municipal de Turmalina, localizado a 20 quilômetros de Minas Novas.


De acordo com a direção da escola, a briga entre Hudson e Luiz Felipe teria começado quando os alunos jogavam futebol na quadra da escola. Inicialmente, o atrito teria sido apenas verbal. No entanto, um grupo de alunos acabou atingindo a vítima com socos e pontapés.


Ainda conforme a direção da instituição de ensino, o adolescente tentou fugir para o interior da escola, mas lá dentro foi atingido com um chute na cabeça. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) compareceu ao local e levou o aluno ferido ao João XXIII, onde ele ficou internado, naquele momento, com quadro preocupante no Centro de Terapia Intensiva (CTI).


Luiz Felipe foi alvo de homenagens na escola estadual após a confirmação da morte. Professores e estudantes do Instituto de Educação se uniram para um abraço simbólico em homenagem ao aluno. Durante a comoção, também foi pedido paz na escola.


Agressor


O agressor do adolescente morto, um aluno de 18 anos, foi detido pela Polícia Militar. A Polícia Civil informou que o jovem foi encaminhado ao sistema prisional.


Segundo a advogada da família de Luiz Felipe, Adriana Eymar, o suspeito já tinha mais de 30 ocorrências na escola; entre elas, está uma agressão ao vice-diretor da escola. Ainda de acordo com a defensora, devido ao mau comportamento, a diretora do IEMG chegou a pedir a transferência do jovem por diversas vezes.


Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) confirmou que a transferência do jovem já havia sido requerida pela direção, mas não citou a agressão ao vice-diretor. Além disso, conforme a SEE, o agressor tinha mais de 20 ocorrências e não 30, como havia informado a advogada da família da vítima.


A pasta do governo estadual também informou que abrirá uma sindicância para apurar o caso.

Segundo a secretaria, o órgão deverá emitir um laudo circunstanciado sobre todos os fatos envolvendo a agressão.

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