O corpo do adolescente Luiz Felipe Siqueira, de 17 anos, foi enterrado no cemitério municipal de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, nesta quarta-feira (21). “Tinha muita gente e foi momento de muita comoção para nós”, lamentou uma parente do jovem que não quis se identificar. Antes de ser enterrado, o jovem tinha sido velado na cidade de Minas Novas, na mesma região.
O estudante do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) morreu na manhã dessa terça, no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, após ser agredido por Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18, também aluno do IEMG. O corpo de Luiz Felipe foi buscado pelos familiares na noite do mesmo dia, após ser liberado pelo Instituto Médico Legal (IML). Ainda na terça, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) confirmou que as córneas do jovem serão doadas para transplante.
De acordo com a direção da escola, a briga entre Hudson e Luiz Felipe teria começado quando os alunos jogavam futebol na quadra da escola. Inicialmente, o atrito teria sido apenas verbal. No entanto, um grupo de alunos acabou atingindo a vítima com socos e pontapés.
Ainda conforme a direção da instituição de ensino, o adolescente tentou fugir para o interior da escola, mas lá dentro foi atingido com um chute na cabeça. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) compareceu ao local e levou o aluno ferido ao João XXIII, onde ele ficou internado, naquele momento, com quadro preocupante no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Luiz Felipe foi alvo de homenagens na escola estadual após a confirmação da morte. Professores e estudantes do Instituto de Educação se uniram para um abraço simbólico em homenagem ao aluno. Durante a comoção, também foi pedido paz na escola.
Agressor
O agressor do adolescente morto, um aluno de 18 anos, foi detido pela Polícia Militar. A Polícia Civil informou que o jovem foi encaminhado ao sistema prisional.
Segundo a advogada da família de Luiz Felipe, Adriana Eymar, o suspeito já tinha mais de 30 ocorrências na escola; entre elas, está uma agressão ao vice-diretor da escola. Ainda de acordo com a defensora, devido ao mau comportamento, a diretora do IEMG chegou a pedir a transferência do jovem por diversas vezes.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) confirmou que a transferência do jovem já havia sido requerida pela direção, mas não citou a agressão ao vice-diretor. Além disso, conforme a SEE, o agressor tinha mais de 20 ocorrências e não 30, como havia informado a advogada da família da vítima.
A pasta do governo estadual também informou que abrirá uma sindicância para apurar o caso. Segundo a secretaria, o órgão deverá emitir um laudo circunstanciado sobre todos os fatos envolvendo a agressão.