Jornal Estado de Minas

Campanha conscientiza motoristas sobre perigos no trânsito em Minas

Todos os dias 11 famílias recebem uma indenização relativa à perda de um parente em decorrência de um acidente de trânsito em Minas Gerais. De janeiro a outubro, a Seguradora Líder, que é a responsável pela gestão dos recursos arrecadados com o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos (DPVAT), fez 3.492 pagamentos por morte de vítimas do trânsito, o que coloca o estado em segundo lugar nesse ranking macabro, perdendo apenas para São Paulo. Ontem, autoridades fizeram panfletagem na Praça Sete com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre as condutas de maior risco no tráfego. Um veículo destruído em um acidente foi colocado ao lado do monumento da praça, para tentar persuadir as pessoas a mudarem de postura no trânsito. Além das quase 3,5 mil indenizações por morte, o DPVAT também fez, nos 10 primeiros meses do ano, outros 19,8 mil pagamentos por invalidez permanente e ainda 7,7 mil ressarcimentos de despesas médicas geradas a partir de uma internação por acidente. No domingo foi comemorado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito.

Os dados de aplicação dos recursos do DPVAT em todo o Brasil em 2018 mostram que, de janeiro a outubro, foram quitadas mais de 268 mil indenizações, considerando os pagamentos por morte, invalidez e despesas médicas somados. A maioria esmagadora desses caos (75%) se refere a homens acidentados, enquanto 26% das indenizações foram direcionadas a acidentes com pessoas entre 25 e 34 anos. Minas Gerais concentra pouco mais de 31,1 mil das indenizações nacionais, o que significa 11,59%.
Para o tenente Marco Antônio Said, que é assessor de comunicação do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), algumas condutas no trânsito contribuem diretamente para que o estado alcance esse patamar. “Infelizmente, muitas pessoas ainda insistem com o celular, que tira a atenção completamente do motorista, e com o excesso de velocidade, que é uma infração campeã”, afirma o militar.

Uma das estratégias adotadas ontem na Praça Sete para tentar alertar as pessoas da real necessidade de mudar a postura no trânsito foi a colocação de um carro destruído por uma batida no trânsito. “O cidadão vê aquele veículo, já toma um susto e sente que acidentes acontecem. É para se impactar mesmo”, acrescenta o tenente Said. Ainda segundo o militar, Belo Horizonte registra redução dos acidentes de trânsito de forma geral quando comparado o período de janeiro a setembro deste ano com a mesma temporada do ano passado. A redução alcançou 13%, segundo o policial.

A boa notícia das indenizações pagas pelo DPVAT é que os dois tipos mais graves estão diminuindo no estado quando é feita a comparação entre 2018 e 2017. No caso dos pagamentos por morte houve redução de 3,59%, passando de 3.622 depósitos de janeiro a outubro de 2017 para 3.492 no mesmo período deste ano.
Já nos casos de invalidez permanente em que houve ressarcimento, a queda é mais acentuada. Foram 25.919 indenizações por esse motivo nos 10 primeiros meses de 2017 contra 19.869 neste ano, redução de 23,34%. O único aumento foi registrado no pagamento das despesas médicas geradas pela internação de acidente de trânsito. De 7.491 pagamentos, o DPVAT saltou para 7.786, alta de 3,94%.

MOTOCICLETAS O tipo de veículo para o qual houve o maior número de indenizações pagas do DVPAT em todo o país é a motocicleta. De acordo com o boletim da Seguradora Líder, apesar de concentrar apenas 25% da frota nacional, as motos geraram 75% das indenizações. Do total de pagamentos, 73% se referem a invalidez permanente das vítimas dos acidentes e 8% para mortes. Entre os acidentados, dominação absoluta para o sexo masculino, já que os homens são 88% das vítimas que recebem indenização por acidentes com motos. Já nos demais veículos, a representatividade masculina cai para em 65% quando analisados os depósitos feitos pelo seguro DPVAT.
Quase a metade das vítimas de acidentes com motos (49%) que levaram a pagamento de indenização por morte tinham entre 19 e 34 anos, idade considerada economicamente ativa. No caso das sequelas permanentes essa faixa etária supera a metade, chegando em 52%..