Para preservar o ecossistema da Bacia do Rio São Francisco, teve início nesta segunda-feira mais uma fase da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI). O objetivo da operação é diagnosticar danos ambientais na Região Norte e Noroeste de Minas, autuando infratores e prestando orientações às populações locais.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e outros 13 órgãos públicos federais e estaduais participam da ação buscando verificar as condições em que se encontra o ecossistema da bacia. Cerca de 150 agentes públicos estarão em campo até a próxima sexta-feira, visitando oito municípios da região: Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Guarda-Mor, João Pinheiro, Lagamar, Lagoa Grande, Presidente Olegário e Vazante.
Leia Mais
Mutirão realiza exames gratuitos no combate ao câncer de pele em todo o estadoPrefeitura oferece 25 vagas para Hospital do Barreiro; salários chegam a R$ 9 milÓrgãos públicos fiscalizam percurso do Rio São Francisco em nove municípios de MGRevitalização do Rio São Francisco vai exigir mais de R$ 30 bilhõesFiscalização resgata quase 300 animais silvestres criados ilegalmente no estadoSegundo o Ministério Público, nos últimos anos, o uso desordenado da água e o desmatamento afetaram o clima, as condições hídricas e a própria fauna da região. Os municípios da região alvo da FPI caracterizam-se pela exploração agrícola em larga escala, em especial lavouras de feijão, algodão e soja. A Região Noroeste possui mais de 484,4 mil hectares plantados com soja, com produção de 1,77 milhão de toneladas do produto, segundo dados da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa).
No primeiro dia desta operação foram flagrados 128 hectares de área desmatados, destacando o desmatamento, consequência visível da implantação das lavouras extensivas, com impactos devastadores sobre a flora e fauna da região.
Educação ambiental
Duas equipes ainda fazem visitas a escolas públicas dos municípios para o desenvolvimento de ações junto a mais de 1.800 alunos do ensino fundamental. “Também estamos fazendo ações preventivas nas escolas para conscientizar jovens e crianças. Estamos visitando colégios da região e ministrando palestras sobre educação ambiental, salientando a importância do rio e da proteção animal”, conta o procurador da República.
O trabalho inclui palestras e apresentação de teatro de marionetes, em que serão lembradas as consequências do desperdício de água, da produção excessiva de lixo e do despejo de esgoto sem tratamento direto nos rios, com o intuito de fomentar entre os mais jovens uma cultura de preservação e convivência mais harmônica com o meio ambiente.
Reunião Pública
As fiscalizações encerram nesta sexta-feira, com a realização de uma reunião pública em João Pinheiro para apresentar os resultados da fiscalização, prestar informações sobre a constituição e os objetivos da FPI-Minas e dar oportunidade para que a população possa tirar dúvidas e fazer sugestões.
O Ministério Público ressalta que essa iniciativa tem caráter continuado e permanente. A Fiscalização Preventiva Integrada abrange todos os estados que integram a bacia e conta com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e da Agência Peixe Vivo, por meio do emprego de recursos oriundos da cobrança pelo uso da água do rio.
Órgãos que integram a FPI-Minas:
- Ministério Público Federal (MPF)
- Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG)
- Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA Minas)
- Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD-MG)
- Instituto Estadual de Florestas (IEF)
- Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
- Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
- Polícia Rodoviária Federal (PRF)
- Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
- Agência Nacional de Mineração (ANM)
- Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (ARSAE)
- Agência Peixe Vivo
- Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHRSF)
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
.