A sentença dos 28 membros de uma organização criminosa liderada por presos paulistas que estava sendo julgada no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, deve ser divulgada em janeiro. O julgamento dos criminosos durou três dias na 2ª Vara de Tóxicos e contou com um forte aparato policial. Trabalharam aproximadamente 280 policiais trabalham na segurança do local e na escolta dos réus. Foram utilizados agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da cavalaria. A região ainda foi monitorada por meio de helicóptero da corporação. O julgamento foi encerrado nessa quarta-feira.
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Julgamento de membros de facção criminosa entra no 2º dia em BHMembros de facção criminosa são julgados em BH sob forte esquema de segurança Facção criminosa responsável por onda de ataques em Minas é condenadaDetentos são transferidos e plano de resgate de presos de facção paulista no Norte de Minas é frustradoMesmo com o fim do julgamento, outras medidas serão realizadas. O diretor do Instituto de Criminalística atendeu ao pedido da juíza e designou dois peritos para que colham o padrão de voz de alguns dos acusados que requereram prova pericial. DE acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o procedimento será feito antes que os réus retornem aos presídios de origem, agilizando, sobremaneira, a prestação jurisdicional.
A juíza responsável pelo caso manteve Regime Disciplinar Diferenciado, já aplicado aos réus, devido a periculosidade da organização, que atua dentro dos presídios de todo o país. Segundo o TJMG, o esquema de segurança no Fórum Lafayette e no seu entorno voltou à normalidade.
Ataques
Minas Gerais passou por uma onda de violência e ataques a ônibus, que teria partido dessa organização criminosa paulista conhecida para agir nos presídios brasileiros. Em 2006, esse sindicato do crime tornou refém a cidade de São Paulo, com atentados contra policiais, guardas municipais, bombeiros e estabelecimentos públicos, o que obrigou o estado a negociar com presos do sistema carcerário. De acordo com o último levantamento da PM, em 2018, de janeiro a julho, foram registradas 102 ocorrências de incêndio a coletivos em Minas, nas quais 122 veículos foram incendiados.
Entre várias operações, uma força-tarefa composta por integrantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Secretaria de Administração Prisional e polícias Civil e Militar atuou na desarticulação daqueles que determinaram o ateamento de fogo a ônibus e bens públicos. Vinte e dois criminosos que já se encontravam detidos, sendo um deles em uma instituição federal, foram identificados como responsáveis pelos ataques. Em resposta, a administração do estado providenciou a transferência e o isolamento de presos. Uma série de matérias do Estado de Minas mostrou que os crimes teriam sido motivados pelo descontentamentos dos presos com a rigidez do sistema carcerário mineiro, vingança por mortes de criminosos da facção e retaliação por prisões e apreensões de oportunistas não ligados ao crime organizado que estavam se aproveitando da situação. .