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Estado de Minas

Encerrado julgamento de facção criminosa que contou com forte aparato de segurança

A juíza responsável pelo julgamento encerrou os trabalhos na noite de quarta-feira. Com isso, o esquema especial de segurança foi encerrado no entorno do Fórum Lafayette


postado em 29/11/2018 16:43 / atualizado em 29/11/2018 16:53

Esquema especial de segurança foi montado para receber os réus(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
Esquema especial de segurança foi montado para receber os réus (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)

A sentença dos 28 membros de uma organização criminosa liderada por presos paulistas que estava sendo julgada no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, deve ser divulgada em janeiro. O julgamento dos criminosos durou três dias na 2ª Vara de Tóxicos e contou com um forte aparato policial. Trabalharam aproximadamente 280 policiais trabalham na segurança do local e na escolta dos réus. Foram utilizados agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e da cavalaria. A região ainda foi monitorada por meio de helicóptero da corporação. O julgamento foi encerrado nessa quarta-feira.

O julgamento teve início na segunda-feira. Ao todo, foram ouvidos 11 testemunhas. Nessa quarta-feira, foram encerrados os interrogatórios de 26 acusados pelos crimes de organização criminosa, associação para o tráfico de drogas, além de incêndios praticados em várias cidades mineiras durante o mês de junho deste ano.

Mesmo com o fim do julgamento, outras medidas serão realizadas. O diretor do Instituto de Criminalística atendeu ao pedido da juíza e designou dois peritos para que colham o padrão de voz de alguns dos acusados que requereram prova pericial. DE acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o procedimento será feito antes que os réus retornem aos presídios de origem, agilizando, sobremaneira, a prestação jurisdicional.

A juíza responsável pelo caso manteve Regime Disciplinar Diferenciado, já aplicado aos réus, devido a periculosidade da organização, que atua dentro dos presídios de todo o país. Segundo o TJMG, o esquema de segurança no Fórum Lafayette e no seu entorno voltou à normalidade.

Mais de 250 policiais participaram da segurança no entorno do Fórum Lafayette(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)
Mais de 250 policiais participaram da segurança no entorno do Fórum Lafayette (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.)


Ataques


Minas Gerais passou por uma onda de violência e ataques a ônibus, que teria partido dessa organização criminosa paulista conhecida para agir nos presídios brasileiros. Em 2006, esse sindicato do crime tornou refém a cidade de São Paulo, com atentados contra policiais, guardas municipais, bombeiros e estabelecimentos públicos, o que obrigou o estado a negociar com presos do sistema carcerário. De acordo com o último levantamento da PM, em 2018, de janeiro a julho, foram registradas 102 ocorrências de incêndio a coletivos em Minas, nas quais 122 veículos foram incendiados. De janeiro a junho de 2017, apenas na capital, foram registrados 20 incêndios a ônibus.

Entre várias operações, uma força-tarefa composta por integrantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Secretaria de Administração Prisional e polícias Civil e Militar atuou na desarticulação daqueles que determinaram o ateamento de fogo a ônibus e bens públicos. Vinte e dois criminosos que já se encontravam detidos, sendo um deles em uma instituição federal, foram identificados como responsáveis pelos ataques. Em resposta, a administração do estado providenciou a transferência e o isolamento de presos. Uma série de matérias do Estado de Minas mostrou que os crimes teriam sido motivados pelo descontentamentos dos presos com a rigidez do sistema carcerário mineiro, vingança por mortes de criminosos da facção e retaliação por prisões e apreensões de oportunistas não ligados ao crime organizado que estavam se aproveitando da situação.


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