Jornal Estado de Minas

Prefeitura de BH inaugura centro de atendimento à mulher na Lagoinha

Já está funcionando na região do Bairro Lagoinha, Nordeste de Belo Horizonte, o Centro Integrado de Atendimento à Mulher da Prefeitura de BH, equipamento público destinado a dar assistência ao público feminino. O objetivo é buscar mulheres que sejam usuárias de drogas para oferecer atendimentos variados, como assistência social, inclusão produtiva e abertura para serviços de saúde, já que fica bem próximo ao Centro de Saúde São Cristóvão.

A prefeitura alugou o espaço, que tem uma casa de oito cômodos e dois barracões com três cômodos cada. Segundo a PBH, a expectativa é que sejam atendidas de 25 a 30 mulheres por dia, que podem chegar de forma espontânea ou também por encaminhamentos dos programas sociais da prefeitura.

A inauguração do espaço faz parte de uma estratégia da administração municipal para intervir em uma das áreas mais degradadas de Belo Horizonte pelo consumo de drogas, especialmente o crack. O prefeito de BH, Alexandre Kalil, disse que revitalizar a Lagoinha significa oferecer espaços para tratar as pessoas que precisam de assistência. "Se a pessoa está na rua e não tem a chance de vir para um lugar desse ela vai para onde? Revitalizar passa por ter onde colocar. Você não vai tirar morador de rua se não tiver abrigo, você n vai curar se não tiver hospital, UPA, centro de saúde. Você não vai curar o drogado se não tiver lugar para colocar ele", diz Kalil.

Segundo o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, a vulnerabilidade da população que frequenta a Lagoinha foi levada em consideração para inaugurar o novo espaço, que vai funcionar de 13h às 19h. "Essa ação visa estabelecer um ponto de apoio aqui dentro dessa região da Lagoinha que é uma região extremamente importante pra nós.
Primeiro porque foi um dos berços da cidade, principalmente do ponto de vista cultural, que estava negligenciado. Segundo porque tem uma população extremamente vulnerável que precisa de ser acolhida", afirma. Machado ainda destacou que uma intervenção da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) vai melhorar as condições da Rua Araribá, ponto da Lagoinha onde é mais comum o consumo de crack.

O secretário disse que obras no local vão melhorar a iluminação, implantar uma academia a céu aberto e instalar estrutura para caminhada de pedestres. Alexandre Kalil destacou ainda que o resultado de degradação na Lagoinha é responsabilidade do poder público. "Cracolândia é exemplo vivo do abandono do poder público nas cidades (em relação) aos pobres. Isso nasceu pelo abandono absoluto do poder público", completa..