Para preservar o ecossistema da Bacia do Rio São Francisco, na última semana, órgãos públicos fizeram mais uma fase da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), realizada na Região Noroeste de Minas Gerais. As equipes resgataram 295 animais da fauna silvestre criados ilegalmente. Desses animais, 140 foram entregues de forma voluntária por moradores das cidades de João Pinheiro, Presidente Olegário, Patos de Minas e Vazante. Os outros 155 foram apreendidos durante as ações de fiscalização.
As aves marcaram a maioria dos animais apreendidos. Foram mais de 70 papagaios e outras aves como periquitos, maritacas, jandaias e tucanos, além de pássaros como azulão, pintassilgo, colarinhos de várias espécies, curiós, bem-te-vis e três exemplares de bicudo, uma das espécies mais ameaçadas do cerrado.
Alguns animais foram encontrados em condições precárias de saúde: obesidade, penas quebradiças e mal-formadas, crescimento exagerado das unhas. Uma fêmea de azulão que estava com as vias aéreas totalmente obstruídas chamou atenção das equipes. A ave foi submetida a um procedimento para abrir as narinas.
Os animais resgatados pela FPI-Minas foram encaminhados a um Centro de Triagem (Cetas) provisório, onde receberam os primeiros atendimentos. Eles foram examinados e receberam uma anilha de identificação dos órgãos ambientais.
O Ministério Público Federal informou que os detalhes das outras ações da FPI-Minas devem ser divulgados ainda nesta semana.
Conscientização
A ação de entrega voluntária promovida pela FPI-Minas foi responsável por quase metade dos animais resgatados nessa fase da operação. De acordo com o médico veterinário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), Aníbal Souza, que participou das duas etapas da fiscalização, há vários fatores que motivam as pessoas a entregarem espontaneamente seus animais.
"Manter animal silvestre em casa é crime, mas, na entrega voluntária, o cidadão não sofre nenhuma penalidade. Isso pesa na decisão. Em outros casos, a pessoa se sensibiliza quando dizemos que animal silvestre não é doméstico, que esse não é um ambiente adequado e que será melhor para ele retornar ao seu habitat natural", ressaltou.
Órgãos que integram a FPI-Minas
- Ministério Público Federal (MPF)
- Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG)
- Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA Minas)
- Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD-MG)
- Instituto Estadual de Florestas (IEF)
- Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)
- Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
- Polícia Rodoviária Federal (PRF)
- Fundação Nacional de Saúde (FUNASA)
- Agência Nacional de Mineração (ANM)
- Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (ARSAE)
- Agência Peixe Vivo
- Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHRSF)
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.