Dois ícones de Belo Horizonte voltam ao “convívio” de moradores e visitantes, neste início de dezembro, depois de longo período fechados – no caso do Palácio da Liberdade, por três anos e meio, enquanto a Praça da Liberdade, também na Região Centro-Sul, levou seis meses para ficar pronta. Considerado o espaço público mais nobre da capital, que completará 121 anos no dia 12, a Liberdade já está sem os tapumes grafitados por artistas de rua que protegiam, desde maio, jardins, fontes, esculturas em mármore, coreto e outros equipamentos. Já a tradicional iluminação natalina a cargo da Cemig será inaugurada na quinta-feira, ficando até 6 de janeiro. Serão no total 400 mil microlâmpadas de LED, mil de estrobos (pequenas), 1,5 mil metros de mangueiras luminosas e 78 projetores, cortina de microlâmpadas no coreto e árvores de Natal com 7m de altura. O tema desta vez é Músicas de Minas, num encontro do paisagismo com os sons das Gerais.
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A aposentada Eli de Jesus, moradora do Barreiro, também teceu elogios à praça e à capital. Natural de Governador Valadares, na Região Leste do estado, e criada em BH, ela acredita que a capital merece ter o espaço revitalizado. “A cidade é muito bonita, a praça mais ainda. Então, significa um presente pelo aniversário”, disse a aposentada, que, por volta das 11h30, atravessava pela primeira vez o lugar depois das obras. “Estive aqui há uns cinco meses e estava fechada. Hoje vim ao cartório e pude ver tudo muito bem. Estou satisfeita”, afirmou.
Na manhã de ontem, o secretário de Estado da Cultura.
PALÁCIO O secretário de Cultura explicou que o Palácio da Liberdade será entregue ao público no fim de semana com novos projetos museográfico e educativo. Outra novidade está na reabertura da sala de cinema, com 30 lugares e com o antigo projetor próprio para películas em acetato de 35 milímetros, informou o superintendente do Arquivo Público Mineiro, Thiago Veloso, que fez extensa pesquisa para recuperar o equipamento fabricado no século 20 e movido com carvão ativado.
Angelo Oswaldo ressaltou que a reabertura resulta da iniciativa conduzida pelo Iepha em parceria com a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes (Appa) e projeto museográfico da Equipe B Arquitetura, Design e Multimídias. A abordagem, de acordo com os profissionais envolvidos, foi desenvolvida por especialistas em história, museologia, arquitetura, educação, artes visuais e comunicação para implementação de dois programas. São eles a visitação espontânea destinada ao público em geral e a direcionada especialmente às escolas públicas e estaduais. A entrada é gratuita.
Visitas escolares devem obedecer ao agendamento e vão ocorrer em duas etapas, tendo início com a formação de educadores. O programa terá capacidade de atendimento para quatro turmas, nos seguintes horários: das 8h às 10h10; das 8h30 às 10h40; das 14h às 16h10; e das 14h30 às 16h40.
Michele Arroyo destacou as obras no Prédio Verde, que abriga a sede do Iepha e tem previsão de abertura em março de 2019. O imóvel, localizado na esquina da Rua Gonçalves Dias, data de 1897 e abrigará ainda laboratório de restauro, sala de exposições, biblioteca da própria instituição e acervo com peças históricas, além de reserva técnica e centro de folclore, em parceria com a Comissão Mineira de Folclore. Uma novidade é que bens desaparecidos de igrejas, capelas e museus e apreendidos em operações policiais ou de instituições como o Ministério Público ficarão à mostra, numa forma de conscientização e de possibilidade de retorno aos locais de origem.
Renovação de R$ 5,2 milhões
Com plano de manejo dos jardins e diagnóstico do estado de conservação da Praça da Liberdade a cargo do arquiteto Ricardo Lana, a reabilitação do espaço público passou, em seis meses, pela renovação do sistema de iluminação, restauração do coreto, das estátuas de mármore de carrara e do piso, reinstalação das placas de monumentos e a reformulação do mobiliário. Além disso, recebeu equipamentos com padrões arrojados de design com a renovação de bancos e lixeiras. O espaço foi inaugurado em 1897 e tombado como patrimônio há 40 anos pelo Iepha. O custo total foi R$ 5,2 milhões, sendo R$ 2,8 milhões da Cemig e Vale em medidas compensatórias com o estado, e o restante da PBH, que cuidou a iluminação pública, obras de circulação no entorno etc.
Quem esteve ontem na praça pôde ver os canteiros de rosas e de outras flores, muito bem cuidados, e os bustos de personalidades da história do Brasil, a exemplo do imperador dom Pedro II (1825-1891), agora com identificação – a anterior havia sido roubada. Ligando a praça ao palácio, foi construída uma calçada de pedra como prolongamento da Alameda das Palmeiras (Travessia), que corta o espaço público.
Desde o início da intervenção, o Estado de Minas vem documentando o andamento das obras. Em 5 de janeiro, a iniciativa de recuperar o espaço foi divulgada com exclusividade.
Em julho, chegaram as cores, com a grafitagem dos tapumes que fecharam o local para as obras. No total, 54 artistas assinaram as obras do Mural da Liberdade. A iniciativa foi do Instituto Amado, da Galeria de Arte Quartoamado e de profissionais individuais, com apoio da PBH.
Enquanto isso...Fazenda Boa Esperança
De propriedade do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e sob tombamento estadual, a Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale, na Região Central, também será reaberta em dezembro, informou a presidente da instituição, Michele Arroyo. Com 300 hectares, o bem construído no século 18 poderá ganhar um novo tipo de proteção, que está em projeto final entre Iepha e Instituto Estadual de Florestas: deverá se tornar parque estadual.